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Biópsia tardia agrava o tratamento do câncer de mama, alerta Sociedade Brasileira de Mastologia

No Dia Nacional do Mastologista e da Mamografia, instituído em 5 de fevereiro, especialista alerta para a urgência na otimização de tempo e recursos para o tratamento de câncer de mama no Brasil por parte do sistema de saúde. “Especialmente na Região Sudeste, entre os primeiros sintomas apresentados pela paciente e o início da aplicação dos recursos terapêuticos, o período chega a 11 meses”, afirma o mastologista Henrique Lima Couto. Coordenador do Departamento de Imagem da Mama da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), o médico também expressa preocupação diante do direcionamento das políticas públicas decorrentes das alternâncias de governo.

Mesmo contando com os Centros de Alta Complexidade em Oncologia (Cacons), o atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) registra atualmente um gargalo no diagnóstico histológico, a biópsia para confirmação de câncer de mama. O período entre o surgimento dos sintomas e a biópsia, segundo o mastologista Henrique Lima Couto, é de 8 meses em média. “Há um desperdício de recursos, pois antes do início do tratamento a paciente terá de se submeter mais uma vez aos exames comprobatórios para que o especialista detecte a evolução do câncer neste período”, explica. Ainda mais grave, destaca o coordenador da SBM, é o prognóstico para tratar uma doença que, diagnosticada em fase inicial tem aumentada as chances de cura.

Para o especialista, os investimentos para diminuir o tempo entre o diagnóstico e o tratamento no SUS não precisam, necessariamente, ser direcionados a ampliar a quantidade de mamógrafos. “O número de aparelhos no País é suficiente”, afirma Couto. “É preciso, sim, aumentar a cobertura mamográfica com a implementação de um rastreamento organizado, que otimizaria os recursos já existentes e proporcionaria resultados significativos com melhor eficiência e menor impacto financeiro”, completa.

Independentemente da alternância de governos, a cobertura mamográfica da população-alvo no Brasil tem se mantido inferior a 30% nos últimos 14 anos. O ideal, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) é de 70%. De acordo com o mastologista Henrique Couto, uma forma de aumentar a eficiência do sistema está no cumprimento das chamadas leis dos 30 e 60 dias.

A Lei nº 13.896/2019 estabelece nos casos de hipótese de neoplasia maligna que os exames para diagnóstico sejam realizados no prazo máximo de 30 dias. Mais antiga, a Lei nº 12.732/2012 determina que o paciente com câncer tem o direito de se submeter ao primeiro tratamento no SUS em até 60 dias, contados a partir do dia do diagnóstico.

Atualmente, o rastreamento mamográfico no SUS prevê exame bianual para uma população de 50 a 69 anos de idade. A SBM, a Federação Nacional das Associações de Ginecologistas e Obstetras (Febrasgo) e o Colégio Brasileiro de Radiologia (CBR) recomendam a mamografia anual a partir dos 40 anos. Mas as entidades médicas esperam, para o mais breve possível, o cumprimento da Lei nº 14.335, de 10 de maio de 2022, que garante o acesso ao exame a todas as mulheres a partir dos 18 anos.

Outra expectativa, destaca Couto, é a promulgação da nova Diretriz Diagnóstica e Terapêutica (DDT) do câncer de mama, que deve estabelecer em 2023 avanços importantes e incorporações no tratamento sistêmico. “A DDT já foi avaliada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) e pela população e sociedade civil organizada em consulta pública”, diz.

Depois do câncer de pele não melanoma, o câncer de mama é o mais incidente e a primeira causa de morte em mulheres de todas as regiões do Brasil. O Instituto Nacional de Câncer (Inca) prevê 73.610 novos casos da doença até o fim de 2023. “Além de todas as medidas para ampliação dos diagnósticos com maior rapidez, as políticas públicas necessitam de um planejamento que inclua a capacitação qualificada e permanente dos profissionais em relação à saúde mamária”, finaliza o mastologista Henrique Lima Couto.

By Jordan Vall

É Jornalista, com uma maior atuação na cultura e entretenimento. Deu início a sua carreira na televisão na TV Unifor, como produtor, repórter e apresentador do principal jornal da emissora universitária. O profissional já foi produtor e comentarista de um quadro do Programa Matina, na TV União. No “Deu O Que Falar”, quadro semanal da emissora aberta, comentava sobre o mundo dos famosos, levava pautas relevantes para a sociedade, através das notícias das celebridades. Foi durante 2 anos, produtor, diretor e repórter na TV Otimista e atualmente é assessor de comunicação, CEO na Assertiva Comunicação e Colunista do Portal Conexão Magazine (Portal de Notícias no Rio de Janeiro). Como amante da moda, foi convidado para ser jurado da 6ª edição do Salão de Moda Ceará. Além de todas essas atuações, Jordan é CEO/Fundador e repórter no In Fluxo Portal, tratando de pautas culturais, cobertura de eventos e muito mais. O profissional também atua como modelo e influenciador digital. Instagram: @jordan_vall / contato comercial: jordanvall@influxoportal.com

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