O próximo mutirão do Novembro Azul organizado pela Sociedade Brasileira de Urologia seccional Bahia (SBU-BA) em Salvador no âmbito da campanha “Saúde também é papo de homem” está marcado para o próximo dia 12 (sábado), das 7h às 12h, quando 200 homens terão acesso a consultas e/ou exames urológicos gratuitos no Hospital Aristides Maltez (HAM). Homens que atendem a pelo menos um dos critérios estabelecidos pelo serviço de urologia podem agendar o atendimento. Os critérios são: não ter realizado o exame de PSA aos 45 anos de idade ou mais; apresentar o resultado do exame de PSA anteriormente realizado acima de 4,0 ng/ml; comprovar nódulos nos testículos ou lesão ulcerada no pênis. O agendamento pode ser feito até 10 de novembro pelo telefone (71) 3357-8531.
Segundo o urologista Augusto Modesto, presidente da SBU-BA e coordenador do serviço de urologia do HAM “A intenção é realizar não só PSA, atendimento ambulatorial com exame de toque retal e agendamento de biópsias para confirmação de tumor prostático, mas também a triagem de casos suspeitos de tumores de testículo e de pênis”, explicou.
No dia 25 (última sexta-feira de novembro), um mutirão urológico no Hospital Universitário Professor Edgard Santos (HUPES /Hospital das Clínicas) beneficiará 50 funcionários e colaboradores da própria unidade de saúde, previamente selecionados. Já o mutirão do dia 26 (último sábado de novembro) acontecerá no Ambulatório Social Luigi Verzé, em Pau da Lima. A programação detalhada será divulgada a partir do dia 10 de novembro, mas quem quiser antecipar informações pode ligar para (71) 3409-4125.
Câncer de próstata – Embora o Novembro Azul tenha a intenção de incentivar o cuidado com a saúde masculina de forma global, o foco maior termina sendo o câncer de próstata, por ser este o tumor mais incidente no homem (excluindo-se o câncer de pele não melanoma) e o segundo que mais mata (atrás do câncer de pulmão) em todo o mundo. A estimativa de casos da doença no Brasil para 2022, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), é de 65.840 até o fim do ano. Só na Bahia, 6.130 diagnósticos desse tipo de câncer são estimados para o mesmo período. Segundo o Sistema de Informação sobre Mortalidade do Ministério da Saúde, entre 2019 e 2021, mais de 47 mil mortes foram causadas pelo câncer de próstata. Só em 2021, a doença matou 16.055 homens, o que corresponde a 44 mortes por dia. “Quando este tipo de tumor é diagnosticado na fase inicial, em que raramente algum sintoma aparece, as chances de cura chegam a 90%. Por isso, os exames de rastreamento são tão importantes”, declarou o urologista Humberto Ferraz, vice-presidente da SBU-BA.
Segundo o urologista Rafael Tourinho, em estágios mais avançados da doença, podem ocorrer dificuldade para urinar, micção frequente, disfunção erétil, presença de sangue na urina ou no sêmen e dores pélvicas ou ósseas. Os principais fatores de risco são idade avançada, histórico familiar (pai, irmão ou tio), ser negro e obesidade. Para o diagnóstico precoce, a SBU recomenda que homens a partir de 50 anos, mesmo sem sintomas, procurem um urologista anualmente para avaliação individualizada. Os que integram o grupo de risco são orientados a começar seus exames mais cedo, a partir dos 45 anos. “Essas orientações quanto à idade valem quando não há sintomas. Na presença desses, a procura pelo urologista deve ser feita o mais breve possível”, completou o 1º secretário da SBU-BA.
As opções de tratamento do câncer de próstata variam de acordo com o estágio da doença, com as condições clínicas e desejo do paciente. Entre elas, estão cirurgia, radioterapia, vigilância ativa, hormonioterapia e quimioterapia. Para o tratamento cirúrgico, há três abordagens possíveis: cirurgia aberta convencional, cirurgia videolaparoscópica e cirurgia robótica. “Esta última, minimamente invasiva, apresenta maior precisão e segurança e causa menos sangramento. O paciente tem alta hospitalar mais rápida e sente menos dor no pós-operatório. Efeitos colaterais frequentes de prostatectomias abertas, como incontinência urinária e impotência sexual, são menos frequentes no paciente operado com auxílio do robô”, resumiu o urologista Ricardo Souza, diretor de comunicação da SBU-BA.