Todo estudante sabe que uma viagem internacional não é barata, principalmente, com uma moeda tão desvalorizada como a nossa. Mas, com as quedas consecutivas do dólar americano – que chegou a ficar abaixo dos R$ 4,80 – o desejo de realizar um intercâmbio tem ganhado novas perspectivas.
A notícia tem sido uma agradável surpresa, especialmente depois de tanto tempo de restrições impostas pela pandemia. Ano passado, o mercado de intercâmbios registrou um crescimento de 18%, segundo a Pesquisa Selo Belta. Foram cerca de US$ 8.307 movimentados frente a US$ 5.928, registrados em 2019. Para 2023, a expectativa é ainda maior.
Quem já está sentindo a retomada é a SEDA Intercâmbios, que teve um aumento de 26% no faturamento em 2022 e, com a queda recente do dólar, vem notando o crescimento pela procura de programas de estudos no exterior. “Só de maio para cá já registramos uma busca 11% maior do que em relação aos primeiros meses do ano. O dólar mais baixo permite que as pessoas, finalmente, tirem esse sonho do papel”, explica Helicon Alvares, CEO da empresa.
Destinos – Entre os destinos mais procurados estão Irlanda, Canadá e Austrália. Motivos não faltam. Além de oferecer um dos maiores salários-mínimos da Europa – no valor de 11,30 euros a hora trabalhada – a Irlanda é um dos países que permite a conciliação do estudo com trabalho. “Os estudantes conseguem pagar pelo programa enquanto trabalham no país, recebendo em Euro. O valor é suficiente para cobrir todas as despesas e ainda economizar para viagens por países vizinhos”, completa.
O Canadá também tem seus atrativos. O país, que busca atrair mais de 1 milhão de imigrantes, é um dos que mais tem ofertas de empregos, inclusive para os de mão de obra qualificada, com vagas disponíveis em diversos segmentos. O próprio governo local oferece incentivos, tendo anunciado no fim do ano passado a permissão para estudantes trabalharem em tempo integral.
A Austrália também é um país com grande oferta de oportunidades aos intercambistas, oferecendo salários em uma das moedas mais valorizadas do mercado, fixada no valor mínimo de AUD 21,38 por hora. Em termos culturais, é um dos que mais apresenta similaridades ao Brasil, facilitando a adaptação dos estudantes tanto em termos climáticos quanto no estilo de vida de sua população.
E, engana-se quem pensa que os programas são apenas para cursos de idiomas. Quem já tem um nível na língua pode se candidatar a cursos de graduação, pós-graduação, cursos técnicos, os chamados colleges, e até mesmo MBAs. “Foi-se o tempo em que os brasileiros iam para o exterior para estudar inglês. Hoje, muitos já saem daqui fluentes e conseguem melhores oportunidades de estudo e trabalho. Alguns decidem ficar no exterior permanentemente. Outros voltam em carreiras promissoras ou até mesmo no empreendedorismo”, destaca o CEO da SEDA Intercâmbios.
Promoções – Como o momento é propício, as escolas estrangeiras também têm feito a sua parte para facilitar o intercâmbio e levar cada vez mais estudantes ao exterior. Há várias opções de bolsas e descontos que vão a até 30% do valor do programa. “Estamos sempre dispostos a fazer promoções e facilitar as condições para receber estudantes brasileiros. Mais do que um negócio, temos a missão de melhorar a vida das pessoas por meio da educação”, resume Danilo Veloso, diretor comercial da SEDA College, eleita por três anos consecutivos como a melhor escola de idiomas de Dublin, na Irlanda.
Quem, ainda assim, precisar de mais incentivo, pode contar também com opções de financiamento. A Pravaler, maior fintech de financiamento estudantil privado do Brasil, financia até 100% de todos os itens necessários para o intercambio – desde a passagem aérea até a acomodação, matrícula e os materiais didáticos. O valor mínimo de financiamento é de R$ 5 mil e o máximo de R$ 47 mil. A avaliação para o crédito é totalmente online e o resultado sai em poucas horas. “Basta fazer uma comprovação econômica através de documentos como extrato bancário ou holerite, sem qualquer burocracia”, afirma Diego Aires, gerente de produtos da Pravaler.
Quem vive um programa de intercâmbio diz que vale muito a pena. “Posso afirmar com toda a certeza que, apesar dos momentos desafiadores que viver sozinha no exterior sempre traz, minha experiência na Irlanda foi incrível. Estou completamente agradecida pelas oportunidades que tive. Todos os dias você aprende e se transforma. É uma vivência que traz momentos inesquecíveis”, compartilha Larissa Sotocorno Vieira, intercambista pela SEDA College.
Com tantas facilidades, só não embarca quem não quer. “O intercâmbio vai muito além de aprender um outro idioma. Durante essa experiência, o estudante tem um enorme amadurecimento pessoal, além de poder desenvolver diversas habilidades técnicas para conquistar oportunidades profissionais renomadas em sua área”, finaliza Alvares. Ganha o estudante e todo o setor envolvido.