Em palestra no auditório da BS Design, na noite desta quinta-feira, 29, durante evento em parceria com o IBEF-CE, o sócio da PwC, Adriano Correia, disse que, em relação às energias renováveis, o Estado do Ceará se destaca pelo bom planejamento, foco e execução das políticas relacionadas à energia limpa.
“Percebo um movimento estruturado há mais tempo, com relação a energias limpas, quando comparo com outras regiões do Brasil e do mundo. O Ceará vem empurrando essa pauta de maneira bastante consistente nos últimos anos. Outros Estados também possuem movimentos importantes, mas com vocação diferente do Ceará e em estágios de maturidade distintos. Vejo um movimento interessante de outras regões para aplicações do hidrogênio relacionadas ao Agronegócio, que deve ganhar tração mais rápida que as aplicações para exportação, por apresentar complexidade mais baixa e depender mais de um bom plano de negócios do que políticas públicas para viabilizar os investimentos. As aplicações para uso local devem vingar antes de 2030, em um prazo maior. Então, não se surpreenda se até lá, outros estados estejam à frente na produção e comercialização do hidrogênio verde voltado para o agronegócio, pois a rota é mais simples do que a exportação”, destacou.
Ainda segundo o executivo, o risco é que, quando se pensa na estratégia do Ceará, que é a exportação, tem-se outros paises, como a Arábia Saudita, que possui localização estratégica e muito dinheiro, inclusive proveniente do petróleo. “Na minha opinião, (o Oriente Médio) é quem vai liderar o hidrogênio verde, pois vai ter dinheiro para liderar a transição energética. Outro local é o Marrocos, que também tem uma estrutura sendo construída para ligar o país à Europa. Ou seja, há movimentos importantes acontecendo por lá e é importante que nós nos movimentemos aqui para sermos competitivos”.