Com o objetivo de potencializar a produção e o consumo de sementes crioulas no Ceará, o secretário executivo da Agroecologia e Fomento Produtivo da Secretaria do Desenvolvimento Agrário (SDA), Pedro Neto, esteve reunido na quinta-feira (27) com representantes da Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Ceará (Fetraece), do Instituto Veredas de Cidadania e da Coordenadoria de Desenvolvimento dos Assentamentos, Reassentamentos, Povos e Comunidades Tradicionais (Codea).
Segundo Pedro Neto, o encontro debateu a importância da cultura de sementes crioulas no Ceará. “Nós tivemos esse diálogo a partir de um edital que a SDA fez pensando em potencializar o consumo de sementes crioulas, que é um patrimônio do povo. A semente é uma questão histórica das nossas comunidades, que vem dos nossos antepassados. E pensando em preservar, manter e potencializar essa cultura, o edital selecionou o Instituto Veredas de Cidadania para fazer o mapeamento das casas e bancos de sementes do nosso estado”, explicou o secretário.
Denomina-se sementes crioulas uma variedade de sementes produzidas por agricultores familiares, assentados da reforma agrária, quilombolas ou indígenas, reconhecidas pelas respectivas comunidades de origem e com características genéticas específicas para cada microclima. Uma grande quantidade destas sementes é passada de geração em geração, preservadas em bancos de sementes espalhados em todo território nacional.
O secretário executivo destacou a missão do Instituto Veredas. “A entidade está localizando os bancos de sementes para que assim possamos estruturar uma política de sementes crioulas no Ceará. Nós sabemos inclusive que há um projeto de lei aprovado pelo deputado e hoje secretário Moisés Braz, que é a lei 17.179/2020. A lei veio para fortalecer esses processos das sementes crioulas no Ceará”, informou Neto.
Hora de Plantar
O Ceará, através da Secretaria de Desenvolvimento Agrário do Ceará (SDA), desenvolve o Programa Hora de Plantar, política pública de estado que distribui sementes e mudas para agricultores familiares.
Pedro Neto reforçou que o mapeamento das sementes crioulas visa potencializar o programa estadual. “O trabalho da instituição vai servir para fortalecer o programa Hora de Plantar. Este foi o momento de ouvir aqueles e aquelas que trabalham historicamente com essa temática e que acreditam que as sementes crioulas precisam ser preservadas. E mais que isso, pois elas precisam também ter seus espaços no que se refere a produção de alimentos”, concluiu o secretário executivo da pasta.