Estudos médicos apontam que entre 60% e 70% dos problemas de coluna na fase adulta são gerados por sobrecarga de peso e esforços repetitivos na infância e na adolescência. Essa estatística mostra como é importante os pais estarem atentos à saúde ortopédica dos filhos, prevenindo, nos primeiros anos de vida, problemas que podem se tornar mais difíceis de serem tratados, como a escoliose.
Alguns aspectos não podem passar em branco, como a postura da coluna, o jeito de andar, a maneira de carregar a mochila e mesmo reclamações de dores. São detalhes que, se não tiverem um acompanhamento, podem resultar em problemas de saúde no futuro.
“É muito comum as crianças apresentarem dores nas costas, como a cervicalgia, que é a dor no pescoço, a dorsalgia (dor no dorso) ou a lombalgia (dor na região lombar), de maneira mais precoce. Isso ocorre em função da carga de livros e apostilas que os colégios pedem para as crianças transportarem”, observa o médico ortopedista e traumatologista Réjelos Charles Aguiar Lira, membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia – Seção Ceará (SBOT-CE). “Os pais precisam ficar atentos, principalmente na fase escolar, pré-adolescentes e início da adolescência, para o desenvolvimento da escoliose, que é a curvatura lateral da coluna, que normalmente aparece entre os 10 e os 12 anos”, alerta.
Ritmo do dia a dia
E nem sempre isso é fácil, porque com o ritmo acelerado do dia a dia, muitas vezes os responsáveis deixam de perceber pontos importantes relacionados ao crescimento das crianças, como a chamada dismetria de membros inferiores.
“Esse problema nada mais é do que a criança ou jovem ter uma perna maior do que a outra. Se não for tratado no início, pode atrapalhar o crescimento e acarretar em quadros de dores crônicas no futuro”, orienta o médico ortopedista e traumatologista Réjelos Charles Aguiar Lira.
Observação
De acordo com o membro da SBOT-CE, alguns procedimentos simples são valiosos na prevenção desses problemas. “Pedir para a criança retirar a camiseta e observar o alinhamento da coluna dela. Observar se os ombros estão na mesma altura, se a criança tem um lado das costelas maior do que o outro, ou se há alguma diferença na forma da cintura”, recomenda o médico. “Esses sinais podem ser percebidos pelos pais e estão relacionados com o desenvolvimento da escoliose. se os pais tiverem alguma dúvida, em algum desses pontos, é recomendado procurar um ortopedista para uma avaliação”, afirma Réjelos Charles Aguiar Lira.