Outubro é o mês dedicado à conscientização sobre a perda gestacional, uma experiência difícil e muitas vezes envolta em silêncio. Estima-se que cerca de 20% das gestações terminem em aborto espontâneo, perda involuntária que ocorre antes da vigésima semana de gestação, sendo as alterações genéticas do embrião a principal causa. Além disso, há o óbito fetal, que ocorre após a 20ª semana, e a morte neonatal, que envolve o falecimento do recém-nascido até o 28º dia de vida.
“O aborto espontâneo, o óbito fetal e a morte neonatal são desfechos trágicos, com causas que podem variar desde problemas genéticos até questões uterinas e imunológicas”, explica o Dr. Marcelo Cavalcante, especialista em medicina reprodutiva. No Brasil, estima-se que uma em cada cinco gestações não chega ao final, enquanto, globalmente, a OMS aponta para 2,6 milhões de óbitos fetais ou neonatais anuais.
Além das causas genéticas, condições maternas como problemas de coagulação, distúrbios hormonais e infecções podem contribuir para esses desfechos. “Ainda que a prevenção seja limitada em muitos casos, cuidados pré-concepcionais e o acompanhamento médico regular são essenciais para minimizar os riscos”, orienta o Dr. Marcelo.
A perda gestacional não deve ser tratada como tabu. É crucial que as famílias recebam apoio e que o luto seja respeitado. “Precisamos falar mais sobre o tema, criando um ambiente de empatia e acolhimento”, ressalta o médico.
Neste mês de outubro, a meta é promover a conscientização e o apoio às famílias, mostrando que elas não estão sozinhas nessa jornada.