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Pé Diabético é responsável por até 70% das amputações não traumáticas de membros inferiores

Em 14 de novembro é instituído o Dia Mundial do Diabetes, condição de alta ocorrência entre os brasileiros. Desenvolvida pela falta da insulina no sangue, ou pela resistência do organismo a este hormônio, a doença demanda atenção com o corpo, em especial com os membros inferiores. Diabéticos apresentam uma incidência anual de úlceras nos pés de 2% e um risco de 19 a 34% em desenvolvê-las ao longo da vida, aponta as Diretrizes do International Working Group on the Diabetic Foot (IWGDF) do 34º Congresso da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, de 2020.

A complicação mais frequente entre os pacientes é o Pé Diabético, que é responsável por 40 a 70% do total de amputações não traumáticas de membros inferiores na população geral. O Pé Diabético é caracterizado por alterações neurológicas nos pés, com o surgimento de úlceras e feridas. De acordo com o cirurgião vascular, integrante da Comissão de Pé Diabético  e diretor da Seccional de Ribeirão Preto da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular – Regional São Paulo (SBACV-SP), Dr. Luciano Rocha Mendonça, por conta do diabetes, os ferimentos demoram a cicatrizar, o que torna o membro uma porta de entrada para infecções que são mais frequentes nesses pacientes, consequentemente, a incidência de amputações é alta. Seus sintomas são a perda de sensibilidade ou a sensação exacerbada de dor, diminuição da força, alteração da sudorese local – que provoca ressecamento e formação de calosidades -, queimação, pontadas, mudança da temperatura ou da cor do membro, além de dor ao andar (claudicação).

Esse distúrbio pode gerar ainda mais complicações, como, por exemplo, desvios ósseos. O mais comum são os dedos em garra, situação em que a área da planta do pé fica em contato com as saliências ósseas. Outra manifestação de Pé Diabético é o desenvolvimento do Pé de Charcot, uma alteração anatômica em que há o desabamento das estruturas ósseas no meio do pé, formando o chamado “pé em mata borrão”. Nos dois casos, ulcerações nas áreas de maior pressão podem se formar (mal perfurante plantar) e propiciar o aparecimento de infecções que são uma das principais causas de internação e mortalidade no paciente diabético.

As alterações metabólicas relacionadas ao diabetes aparecem após alguns anos nos portadores da doença. Portanto, quanto maior o tempo de doença, maior a chance de desenvolver complicações, principalmente naqueles pacientes que não apresentam o controle satisfatório. O atraso no diagnóstico – situação que se intensificou durante o período de isolamento social – também pode prejudicar o quadro. “Notamos na prática diária que a interrupção do tratamento dos pacientes e a diminuição da procura por atendimento médico durante a pandemia aumentou a gravidade da doença, refletindo, inclusive, no número de amputações dos membros”, analisa Dr. Mendonça.

Para a prevenção do Pé Diabético, o médico pode considerar a avaliação da sensibilidade por meio do teste do probe (filamentos de Semmes-Weinstein) e das condições circulatórias. “Pacientes sem histórico de feridas e com o teste do probe normal devem ser avaliados anualmente. Os que apresentarem alterações de sensibilidade no teste (perda de sensibilidade protetora), mas sem feridas, devem ser examinados a cada seis meses e orientados quanto ao uso de calçados especiais. Diabéticos com histórico de feridas já cicatrizadas devem ser avaliados a cada três meses”, orienta Dr. Luciano.

Segundo o profissional, para evitar o desenvolvimento dessa condição, é importante que o paciente diabético preste atenção na saúde dos pés e adote alguns cuidados:

  • Não fumar;
  • Examinar entre os dedos e inspecionar diariamente se há bolhas, cortes e arranhões. O uso de um espelho pode ajudar a ver a base dos pés. Notificar um médico caso tenha a presença de lesões;
  • Lavar os pés diariamente e enxugar cuidadosamente entre os dedos;
  • Evitar temperaturas extremas. Antes do banho, testar a temperatura da água com a mão, o cotovelo ou um termômetro;
  • Aquecer os pés utilizando meias. Não usar bolsas de água quente, almofadas aquecidas ou cobertor elétrico;
  • Não andar descalço sobre superfícies como areia da praia ou em torno de piscinas;
  • Não usar substâncias químicas para remoção de calos e calosidades, emplastro de milho ou soluções antissépticas fortes;
  • Inspecionar o interior dos sapatos, à procura de corpos estranhos, pontas de pregos, rompimentos da forração, áreas ásperas ou presença de secreções;
  • Os sapatos devem ser confortáveis, desde a sua aquisição. Dê preferência aos feitos de couro e de fornecedores que entendam sobre o Pé Diabético;
  • Tênis de corrida ou especiais para caminhar podem ser usados, após conversar com seu médico;
  • Não usar sapatos sem meias. Evite calçados com tiras entre os dedos;
  • As unhas devem ser cortadas seguindo seus contornos. Não lesionar a cutícula. Não cortar calos e calosidades.

“A prevalência do diabete mellitus é alta, e vem crescendo muito, principalmente a do tipo 2, que está associada a resistência à insulina, provocada pela obesidade. Dessa forma, a educação alimentar é importantíssima, e o cuidado com o paciente diabético deve sempre ser multidisciplinar. Muitos desses pacientes acabam evoluindo com retinopatia e a neuropatia diabética, ou seja, o paciente não enxerga bem e tem a sensibilidade dos pés diminuída.  Isso prejudica muito o autocuidado, sendo necessário a participação ativa dos familiares”, comenta o presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular, Dr. Fabio H. Rossi.

Ainda, segundo Dr. Fabio, nos estágios mais avançados podem ocorrer alterações no formato dos pés e o aparecimento de feridas que, quando associadas à isquemia vascular, se tornam a principal causa de amputação dos membros em nossa sociedade. “Nesse momento, a ação do cirurgião vascular é importantíssima, pois, por meio dos cuidados locais da ferida e, sobretudo, com a revascularização do membro isquêmico, é possível evitar amputações maiores, que levam a um prognóstico de sobrevida sombrio, muito semelhante ao câncer metastático”, reforça o presidente da SBACV-SP.

Em todos os casos, o acompanhamento médico adequado é essencial para o monitoramento do diabetes e suas complicações, e para proporcionar qualidade de vida ao paciente. A SBACV-SP tem como missão levar informação de qualidade sobre saúde vascular para toda a população. Para outras informações acesse o site e siga as redes sociais da Sociedade (Facebook e Instagram).

Sobre a SBACV-SP

A Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular – Regional São Paulo – SBACV-SP, entidade sem fins lucrativos, é a Regional oficial da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV) no estado de São Paulo. A entidade representa os médicos que atuam nas especialidades de Angiologia e de Cirurgia Vascular, nas áreas de atuação de Angiorradiologia e Cirurgia Endovascular, Radiologia Intervencionista e Angiorradiologia, Ecografia Vascular e outras áreas afins às especialidades. www.sbacvsp.com.br

By Jordan Vall

É Jornalista, com uma maior atuação na cultura e entretenimento. Deu início a sua carreira na televisão na TV Unifor, como produtor, repórter e apresentador do principal jornal da emissora universitária. O profissional já foi produtor e comentarista de um quadro do Programa Matina, na TV União. No “Deu O Que Falar”, quadro semanal da emissora aberta, comentava sobre o mundo dos famosos, levava pautas relevantes para a sociedade, através das notícias das celebridades. Foi durante 2 anos, produtor, diretor e repórter na TV Otimista e atualmente é assessor de comunicação, CEO na Assertiva Comunicação e Colunista do Portal Conexão Magazine (Portal de Notícias no Rio de Janeiro). Como amante da moda, foi convidado para ser jurado da 6ª edição do Salão de Moda Ceará. Além de todas essas atuações, Jordan é CEO/Fundador e repórter no In Fluxo Portal, tratando de pautas culturais, cobertura de eventos e muito mais. O profissional também atua como modelo e influenciador digital. Instagram: @jordan_vall / contato comercial: jordanvall@influxoportal.com

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