O Shopping Benfica ganhou uma iluminação especial neste mês de abril. A cor laranja, que pode ser vista de longe por quem passa por esta região de Fortaleza, chama a atenção para um tema ainda pouco debatido, embora muito presente no dia a dia: o preconceito contra pessoas com transtornos ou deficiências mentais.
A campanha Abril Laranja existe desde 2014, iniciativa da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e abraçada por diferentes instituições no país, entre elas a Amar.elo Saúde Mental e o Shopping Benfica, que se uniram neste ano em prol da causa, com apoio, ainda, do Nosso Lar Hospital e do Nosso Lar Espaço Terapêutico.
O objetivo da campanha é normalizar o cuidado com a saúde mental, começando pelo conhecimento sobre o assunto, passo essencial no combate ao preconceito. “Por desconhecimento sobre certos temas, ainda é uma realidade chamar burnout de ‘mimimi’, depressão de preguiça ou TDAH de burrice, mas são doenças, que como qualquer outra precisa ser tratada e, muito importante, nenhuma delas diminui o profissionalismo de quem tem um dos diagnósticos”, afirma a psicóloga Lorena Soares, COO da Amar.elo Saúde Mental.
A OMS (Organização Mundial da Saúde) alerta que o transtorno depressivo já é a segunda causa da perda de dias de trabalho no mundo. Estima-se que pelo menos 10% da população mundial sofra de algum transtorno mental. E até 2030, o custo global desses transtornos pode chegar a US$ 6 trilhões.
“Portanto, de acordo com os dados conseguimos observar que muitas pessoas sofrem de transtorno mental, então, já passou da hora de normalizar o tema e entender que os preconceitos e os estigmas relacionados à saúde mental têm impactos severos”, acrescenta Lorena.
Para acabar com a psicofobia é necessário, além de investir na psicoeducação, uma construção cultural de ambientes psicologicamente seguros, sejam eles profissionais ou informais, para que cada vez mais se desfaçam os estigmas relacionados à saúde mental. E também a construção de espaços de acolhimentos, onde as vulnerabilidades possam ser cuidadas e não escondidas por vergonha ou se tornarem motivadores para exclusão de pessoas de seus cargos e ciclos sociais.
“Portanto, a luta contra a psicofobia também começa por cada um de nós! Se perceber e ajustar nossos comportamentos e falas são necessários para que possamos vencer essa luta e termos uma sociedade mais emocionalmente segura”, finaliza.