O período do Carnaval sempre traz alegria para os foliões, mas também preocupação para os médicos ortopedistas. Afinal, anualmente os serviços de emergência dos hospitais são bastante exigidos nessa época do ano em virtude do aumento dos acidentes – muitos deles com lesões ortopédicas graves. No ano passado, por exemplo, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) registrou, durante a Operação de Carnaval, 32 acidentes apenas nas rodovias federais do Estado, com 37 feridos e 7 vítimas fatais. Os dados superaram os de 2022, quando houve 21 acidentes.
De acordo com o médico ortopedista Felipe Martinez, membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia – Seção Ceará (SBOT-CE), os serviços de saúde registram um aumento médio de 20 a 30% no número de acidentes, no período do Carnaval. “Com isso, aumenta a quantidade de pacientes politraumatizados dentro das emergências”, observa o médico. “O maior uso de bebidas alcoólicas e outros entorpecentes, aliado à falta do cinto de segurança e da cadeirinha para as crianças, contribui muito para esse quadro”, reforça.
Fraturas
Conforme Felipe Martinez, as fraturas dos membros inferiores, fraturas dos pés, da tíbia e do tornozelo são as ocorrências mais atendidas nos serviços de emergência ortopédica nesta época do ano. “O maior impacto dessa imprudência é para os serviços de saúde, tanto a curto quanto a médio e longo prazos. A curto prazo, porque os hospitais ficam cheios de pacientes, boa parte deles necessitando de tratamentos especializados”, aponta o ortopedista. “Isso onera o sistema de saúde, em razão da maior necessidade de leitos para cuidar dos pacientes”, reforça. “A longo prazo, esses pacientes muitas vezes precisam se afastar por algum tempo do trabalho, onerando também o sistema previdenciário”, completa o membro da SBOT-CE.
Para o ortopedista, para amenizar esse quadro, a prevenção é a melhor alternativa. “Se beber, não dirija. E use sempre o cinto de segurança. Para os motociclistas, o uso do capacete. São cuidados básicos, muito conhecidos, e que as pessoas precisam se conscientizar mais”, afirma Felipe Martinez.