Dando partida às ações do projeto Favela 3D (Digna, Digital e Desenvolvida), já seguem pela terceira semana, as obras para drenagem do canal localizado na Favela do Inferninho, além de pavimentação e saneamento na região.
A medida conta com a realização da Prefeitura de Fortaleza, por meio da Secretaria Municipal da Infraestrutura, seguindo a previsão do plano de implantação do programa, idealizado pela ONG Gerando Falcões e executado, em Fortaleza, pelo Instituto Pensando Bem. O Favela 3D é um projeto de erradicação da pobreza de forma sistêmica, que conta com todos os setores da sociedade para se tornar realidade – poder público, iniciativa privada, terceiro setor, universidades e sociedade civil.
O objetivo primordial dessa ação é solucionar, de maneira estrutural, o problema de alagamento enfrentado pelos moradores durante os períodos chuvosos. Em dezembro do ano passado, uma pesquisa realizada pelo Pensando Bem constatou que a cada 10 famílias na comunidade, três sofriam com alagamentos em suas residências.
“O sentimento é de grande alegria”
Para a dona de casa Ingrid Costa, moradora da comunidade há 30 anos, o sentimento é de grande alegria, e as expectativas são de que as obras se concretizem o mais rapidamente possível para evitar futuras enchentes. “Aqui na comunidade, nós sofremos muito com alagamentos. A chuva é sinônimo de fartura e alegria, mas para nós gera medo, pois sabemos que podemos perder o pouco que temos. Por isso, nossa expectativa é que a comunidade fique cada vez melhor e mais bonita, de dentro para fora”, comemora.
Início de um novo ciclo sem alagamento
Em busca de soluções para o problema, o Instituto implementou algumas ações educativas dentro da comunidade, com atividades de educação ambiental e instalação de lixeiras. Sempre com o apoio e participação dos moradores, para evitar o agravamento com inundações e entupimentos de bueiros. O início das obras representa um novo ciclo na vida de quem mora no Inferninho e tem esperança de um futuro livre de enchentes.
Rutenio Florencio, gestor do Pensando Bem, revela que o momento é de grande importância para toda a comunidade. “Nossa proposta sempre foi revitalizar espaços e agora vamos realizar isso em toda a favela. Estamos muito felizes de mostrar para a favela que existe um caminho de superação da pobreza e o Inferninho será uma prova viva disso”, celebra.
O secretário da Secretaria Municipal de Infraestrutura, Samuel Dias, explica que as obras ocorrem em decorrência do projeto, a pedido da Prefeitura, para resolver o problema de alagamentos durante os períodos de chuva e também da falta de infraestrutura básica. “Essas obras contemplam pavimentação, saneamento e drenagem daquela área. Será construída uma grande galeria, na rua principal, para tirarmos grande parte daquela água que passa por dentro da comunidade, causando os alagamentos. Com essa galeria em paralelo, não haverá mais esse problema”, afirma. A previsão de conclusão das obras é de 11 meses.
Além da obra de grandes proporções, com investimento acima de R$ 5 milhões, o gestor explica que haverá pavimentação com piso intertravado e calçadas dentro e fora do Beco Céu (sic). “Todo esse conjunto vai se harmonizar com as ações do projeto Favela 3D. A gente já anda pelo Inferninho e vê que os muros já são cheios de arte e que ocorrem diversos projetos sociais por lá. Essa será a contribuição da Prefeitura, para mudarmos as vidas das pessoas que moram na comunidade”, finaliza.
Sobre o projeto Favela 3D
O Favela 3D (Digna, Digital e Desenvolvida) é um projeto de erradicação da pobreza de maneira sistêmica. Para isso, trabalha com base em uma mandala de impacto que contempla: moradia digna, acesso à saúde, direito à educação, cidadania e cultura de paz, primeira infância, meio ambiente, geração de renda e cultura, esporte e lazer.
O projeto está em andamento em quatro territórios: na Favela Marte, em São José do Rio Preto (SP), na Favela do Haiti (SP), na Favela dos Sonhos, em Ferraz de Vasconcelos (SP), no Morro da Providência, no Rio de Janeiro (RJ), e em Vergel do Lago, em Maceió (AL). Os locais possuem características e populações diferentes, permitindo que a metodologia se adeque e se consolide em ambientes distintos, que seguem com trabalhos que serão realizados ao longo dos próximos dois anos.