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    O poderoso Thor versus o mal de Alzheimer

    Autor: Welton Godinho, Presidente da comissão de Educação Física e Saúde do CREF5, Mestrado e doutorado no Programa de Pós-graduação em Ciências Fisiológicas da UECE com a linha de pesquisa sobre Alzheimer x Exercícios Físicos.

    O ator Chris Hemsworth, que dá vida ao poderoso Thor, personagem do Universo Marvel e um dos preferidos dos fãs, chocou a todos ao anunciar uma pausa na carreira ao descobrir ser portador de duas copias do gene apolipoproteína E (ApoE4), a declaração do autor trás um importante alerta à uma doença cada vez mais presente na nossa sociedade: a mal de Alzheimer.

    Estima-se que o número de doentes de Alzheimer no mundo chegue a 65,7 milhões em 2030 e a 115,4 milhões em 2050, há indicativos de que uma em cada dez pessoas maiores de oitenta anos deverá ser portadora da doença de Alzheimer (DA), sendo o simples avançar da idade o principal fator de risco para a doença. Nos países desenvolvidos, a DA já é a terceira causa de morte, perdendo apenas para as doenças cardiovasculares e para o câncer.

    Essa patologia possui como sintomas característicos na maioria dos pacientes: prejuízo da memória progressiva; função cognitiva desordenada; comportamento alterado, incluindo paranoia, delírios, e perda de adequação social; e um declínio progressivo da função da linguagem.

    O ApoE4 afeta a probabilidade de desenvolver a doença de Alzheimer, influenciando a quantidade de placas nocivas no cérebro. ApoE é responsável pela remoção destas placas, que se acredita ser uma das principais causas da doença de Alzheimer, existem três versões do gene ApoE, a versão que você tem é determinada pela qual você herdou de seus pais. Cada versão é diferente na eficácia de remoção das placas nocivas do cérebro, a Versão 4 é menos eficaz na remoção de placas do cérebro. Indivíduos que têm a versão 4 têm um risco significativamente aumentado de desenvolver a doença de Alzheimer.

    Contudo é importante lembrar que 35% das pessoas com Alzheimer não possuem um dos genes de risco, ademais a doença é uma idiopatia de natureza genética em somente 5% dos casos e existem múltiplos fatores que a originam nos 95% restantes.

    A presença do gene não garante que a pessoa vai desenvolver a doença, mas aumenta a probabilidade de menor remoção das placas, uma cópia do ApoE4, triplica o risco, duas cópias, como no caso raro do ator o risco é de 10 a 15 vezes maior. O Alzheimer está ligado a muitos fatores, não somente à genética. Existem 2 tipos de doença de Alzheimer: Esporádica e Familiar. A esporádica está associada à predominância dos fatores não genéticos, como hábitos de vida. A familiar se caracteriza quando 2 ou mais pessoas do mesmo núcleo familiar são acometidas. Então a genética possui influência pois as mutações do gene podem desenvolver a doença em demais indivíduos da mesma família. É dividida em início precoce ou tardio.

    Entretanto, embora o diagnóstico aponte para a necessidade de algumas mudanças no estilo de vida, que destacaremos em breve, este não é uma sentença que a pessoa inevitavelmente desenvolverá a patologia; além deste gene, estudos de genética molecular permitiram identificar mais três genes consistentemente associados com o maior risco de desenvolvimento da doença: APP, PSEN1 e PSEN2.

    O Alzheimer é uma doença multifatorial e o principal fator para o seu desenvolvimento é o envelhecimento. Vale ressaltar que a idade e a genética são fatores que não podem ser evitados, mas conforme a Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz) existem outros influenciadores que podem ser alterados, como o tabagismo, colesterol alto, diabetes, alimentação irregular, inatividade física, padrão irregular de sono, obesidade, estresse excessivo, baixa escolaridade entre outros, como a patologia não tem cura atualmente, o uso de medidas preventivas e de tratamento não farmacológicas, como o exercício físico, são estimuladas.

    Estudos epidemiológicos estimaram que a redução da atividade física (classificada pelo número total de atividades, horas por mês e intensidade percentual) foi associada a um aumento de 250% no risco de desenvolver a doença de Alzheimer, enquanto indivíduos que praticam atividade física têm um risco significativamente reduzido de desenvolver a doença.

    Os benefícios do exercício físico duradouro estão principalmente relacionados à neurogênese (novos neurônios), neuroplasticidade (remodelamento dos neurônios), redução dos processos inflamatórios e pró oxidantes relacionados a doença, liberação de neurotrofinas (influenciam neste crescimento neural), estimular genes relacionados à neuroproteção, aprendizado e memória além do próprio tamanho do cérebro. Outros efeitos no sistema nervoso relatados são a diminuição da fadiga, melhora do humor, do sono, das habilidades cognitivas e mobilidade.

    Sugere-se que o exercício prolongado, como a caminhada ou corrida, possa ser feito todos os dias, se possível com duração máxima de 30 a 40 minutos. Os exercícios de sobrecarga muscular e flexibilidade também são muito importantes, principalmente após os quarenta anos de idade. Os portadores de Alzheimer também podem fazer exercícios simples e de fácil compreensão e estes podem ser semelhantes às atividades do dia a dia, de forma a aumentar ao mesmo tempo a atividade intelectual e motora. Alguns bons exemplos de exercícios simples para pessoas com Alzheimer na fase inicial ou intermediada doença incluem: andar pela casa, dançar, tarefas simples, como mudar o percurso para determinado local, jogos de raciocínio como palavras cruzadas, xadrez, damas. Podem fazer musculação e procurar que as atividades proporcionem diversão e prazer.

    O paciente precisa de um bom profissional de Educação Física que antes de realizar qualquer tipo de treinamento, deve buscar informações acerca das condições específicas do paciente para assim criar um programa de treinamento que venha a colaborar com as necessidades do indivíduo, melhorando sua qualidade de vida de um modo geral.

    By Redação

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