O Transtorno do Espectro Autista (TEA) tem sido um assunto cada vez mais falado devido à alta prevalência da condição no Brasil. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), há cerca de dois milhões de autistas entre a população brasileira, que atualmente soma 200 milhões de habitantes. Isso quer dizer que 10% dos cidadãos brasileiros estão dentro do espectro.
Com uma parcela tão expressiva, é impossível não falar do tema e, principalmente, debater questões importantes acerca dele, como inclusão e educação. Afinal, o processo de aprendizagem de uma criança autista necessita de recursos diferentes para que ela possa desenvolver todo o seu potencial, sem limitações.
Para o professor Cesar Guimarães, CEO da MMP Materiais Pedagógicos, o primeiro passo é não colocar esses estudantes em uma caixa. “Minha história é semelhante a de muitos alunos incríveis, que hoje estão sendo considerados dementes por não desenvolverem as mesmas habilidades dos colegas. Por favor, não queira colocá-los em um molde”, alerta.
Autismo X Educação
Para evitar esse estereótipo, o conhecimento sobre o tema é fundamental. Confira 3 pontos levantados e refletidos por Cesar para desmistificar de vez a educação para alunos autistas:
1. Dificuldades no aprendizado?
“Quando a criança não está aprendendo na velocidade correta já é um indicativo de dificuldade. Pode ser desde uma dificuldade temporária em casa ou algo mais complexo como um diagnóstico de inclusão”, avalia o professor.
Nesse momento, ele ressalta que o mais importante é buscar os profissionais corretos para esse acompanhamento. Pedagogos, psicólogos e neuro-psicopedagogos podem ajudar nesse processo, identificando necessidades específicas e encaminhando para um diagnóstico mais preciso.
2. Autismo não é ‘tudo igual’!
Cesar lembra ainda um ponto muito relevante após a confirmação do TEA: o autismo, assim como as pessoas, não é feito em série, logo se manifesta de inúmeras formas. Com sinalizações diferentes, o processo de aprendizagem também não segue um curso padrão.
“O professor precisa trabalhar em parceria com os pais e com outros profissionais que vão indicar o melhor tratamento para cada caso. Sem a devida indicação, dificilmente esses métodos serão adequados”, pondera.
3. Os materiais concretos podem ajudar
Após um diagnóstico assertivo e um plano de ensino adequado, é hora de pensar em recursos práticos e alguns materiais facilitam essa jornada, principalmente com os números. Nesse sentido, o CEO da MMP explica que jogos e materiais manipuláveis ajudam a ilustrar o que está sendo ensinado e ainda fazem uma ponte entre os mundos concreto e abstrato.
“Cada material desenvolve um conjunto de habilidades. Existem jogos que são incríveis tanto para o ensino matemático, quanto para o socioemocional, como esperar sua vez, saber ganhar ou lidar com a frustração, por exemplo”, finaliza o professor Cesar.