Metaverso não é sinônimo de mundo virtual 3D, nem é “uma tecnologia” nova, inventada em 2020. Na verdade, o metaverso vem sendo criado há anos, por muitas tecnologias diferentes, e que ainda está nos primórdios das possibilidades de uso que terá. Tudo ainda pode estar muito confuso, mas toda empresa terá de ter uma estratégia para o metaverso, simplesmente porque as pessoas vão querer, cada vez mais, o melhor do mundo digital e o melhor do mundo físico. Esse foi o resumo da palestra de Martha Gabriel, especialista em estratégias digitais e uma das vozes mais esperadas do RD Summit, maior evento de inovação, marketing e vendas digitais da América Latina, que acontece em Florianópolis até esta sexta-feira (27).
Engenheira e futurologista premiada no Brasil e no exterior, Martha demoliu mitos que orbitam o metaverso. Segundo ela, metaverso não é revolução, mas evolução. O termo, aliás, foi cunhado em 1992, por Neal Stephenson, no livro Snow Crash, explicou. “Vivemos no metaverso desde o início da era digital”, diz ela. Ocorre que a aplicação comercial de uma tecnologia pode levar anos. Basta lembrarmos do início da internet comercial. De fato, no começo dos anos 2000, ninguém imaginava que o celular, por exemplo, se tornaria um aparelho cheio de aplicativos por onde é possível fazer (e comprar) praticamente tudo.
O metaverso ganhou tanta notoriedade (virou buzz) nos últimos tempos por duas razões principais. Primeira: a digitalização forçada, de pessoas e empresas, por causa da pandemia. A infraestrutura das comunicações foi turbinada, assim como as tecnologias digitais, abrindo caminho para o uso de recursos cada vez mais sofisticados de imagens, como realidade aumentada e realidade virtual. Os dois não são sinônimos, mas são ferramentas que melhoram muito as experiências no metaverso, explica Martha. Segunda razão: a mudança do nome do Facebook para Meta, em 2021, e o anúncio do investimento de 10 bilhões de dólares na criação do metaverso.
É possível que o metaverso ainda leve alguns anos para se tornar útil – talvez, até indispensável – para determinadas atividades. No entanto, as empresas não podem se dar ao luxo de ignorar o assunto. “A digitalização fez com que as pessoas se habituassem com as facilidades do mundo virtual. E elas não aceitam uma experiência digital meia boca, não!”, diz Martha. Isso não significa que o mundo será virtual, explica ela. “O mundo será híbrido, e as empresas têm de se preparar para o mundo ON e OFF, porque as pessoas querem o melhor dos dois mundos, a depender da necessidade e da vontade delas.”
Antes de iniciar qualquer projeto, é preciso estudar o assunto, fazer testes e entender como o metaverso pode ser útil ao negócio ou como pode virar um novo negócio. “As pessoas me perguntam quanto custa entrar no metaverso, e a resposta é: depende! Pode não custar nada, como pode custar milhões. É preciso entender a utilidade para o negócio, e, então, traçar a estratégia.” Assim como na época da bolha da internet, muitas empresas foram criadas, muitas desapareceram, mas a internet evoluiu, o comércio eletrônico se agigantou e as modalidades de negócios não param de se multiplicar.
A 8ª edição do RD Summit 2022, maior evento de Marketing e Vendas da América Latina, acontece até o dia 28 de outubro no CentroSul (Centro de Convenções de Florianópolis) e traz a tona discussões como criação de conteúdo relacionada a empreendedorismo, estratégia de marketing, relacionamento com marcas e muito mais. Os últimos ingressos para acompanhar o evento estão disponíveis no site. Além disso, para democratizar o acesso de participantes de todas as regiões do Brasil, a organização do evento, em parceria com o TikTok, preparou o RD Summit Live Show, uma experiência totalmente online e gratuita simultânea ao evento principal.