Foto: Camila Huhn
Na quarta-feira, 19 de março, às 17h, inaugura a nova exposição “Pele abissal”, retrospectiva do artista Marcos Martins, no MAES – Museu de Arte do Espírito Santo. Com a curadoria de Lucas Dilacerda, a exposição apresenta um recorte da produção de 23 anos de Marcos Martins. Ao longo de sua trajetória, o artista – que também é arquiteto – vem desenvolvendo uma extensa pesquisa sobre os entrelaces poéticos entre o corpo e o abrigo.
Em sua obra, Marcos aborda as relações que a presença do corpo cria nos territórios urbanos e naturais, discutindo os diferentes tipos de paisagem construídas ou desfeitas nesse encontro entre o corpo e o território. Nessa relação, o artista se auto intitula como um bio-construtor de abrigos poéticos, no qual se interessa em criar o que ele chama de “corpo-abrigo”, que se manifesta por meio de performances, intervenções urbanas, instalações e esculturas.
Na exposição, cada obra de Marcos é a extensão de sua pele, cada obra é sua morada poética no mundo. A pele é o nosso maior órgão do corpo. Ela é uma matéria plástica que se elastica e se contrai ao longo de toda a nossa vida. Ela é uma paisagem que carrega as nossas cicatrizes e marcas do passado e é capaz de expressar acontecimentos presentes no interior do corpo e de indicar possibilidades futuras. No período gestacional, é por meio da pele que conseguimos ver, ouvir, sentir e nos comunicar com a vida que nos abriga. Ela é o contorno do corpo e, ao mesmo tempo, é a ponte de contato com outros corpos. Nesse sentido, ela é casa, vestimenta e invólucro do corpo. A pele é o nosso primeiro abrigo e, ao mesmo tempo, é a nossa porta de encontro com o mundo.
Em suas ecoperformances, o corpo humano se deforma para se formar com outros corpos da Natureza. Em cada obra, Marcos troca de pele. Nesse sentido, as suas obras são casulos que abrigam temporariamente um corpo em transmutação, refletindo assim a sua experiência de estar no mundo. Portanto, a exposição nos lembra que habitar é mais do que ocupar espaços: é ser parte de uma paisagem maior, é vestir o mundo e permitir-se ser revestido por ele.
A exposição possui um projeto de acessibilidade que contempla ações como tradução em Braille, interpretação em Libras, legendagem para surdos e ensurdecidos, fonte ampliada, alto contraste, obras táteis e audiodescrição em todas as obras. O projeto foi realizado por especialistas da área — tais como linguistas, fonoaudiólogos, roteiristas, designers e demais especialistas em acessibilidade —, além da consultoria de usuários e pessoas com deficiência. O espaço do museu dispõe de arquitetura acessível com rampas e elevadores.
A abertura oficial da exposição acontece no dia 19 de março, quinta-feira, no Museu de Arte do Espírito Santo, localizado no Centro de Vitória. Com acesso gratuito, o museu abre suas portas a partir das 17h para visitação e convida o público para a fala de abertura com presença do artista e curador.
Abertura: Quarta, 19 de março de 2025, das 17h às 20h
Endereço: Av. Jerônimo Monteiro, 631 – CEP: 29010-001
Período em cartaz:
19 de março de 2025 a 18 de maio de 2025
Horário de funcionamento:
Terça à sexta – 10h às 18h
Sábados, domingos e feriados – 10h às 16h