Empresas que têm mães em suas equipes lidam com um ativo profissional valioso. Estas mulheres trazem uma perspectiva única e valiosa sobre as demandas familiares e que podem ser aplicadas no ambiente de trabalho e também são conhecidas por terem habilidades de gerenciamento de tempo e organização mais aprimoradas, o que pode ajudar a aumentar a eficácia e a produtividade da equipe. Instituições que compreendem estes soft skills comumente encontrados nestas colaboradoras precisam estar atentos, ainda, à necessidade de cuidar da saúde mental.
Como todo ser humano, estas muitas vezes conhecidas como super mulheres também podem ser acometidas de doenças e transtornos mentais, que causam à economia prejuízos altíssimos. Somente a ansiedade e depressão custam para a economia global US$ 1 trilhão em perda de produtividade. Até o ano de 2030, essas duas condições irão causar o prejuízo de US$ 16 trilhões em todo o mundo, com aproximadamente 12 bilhões de dias de trabalho perdidos por conta de transtornos mentais por ano.
Chegando o Dia das Mães, a Amar.elo Saúde Mental, startup que promove o bem-estar emocional para o ambiente corporativo, faz um alerta para as empresas e mostra a necessidade de criar ambientes onde a inclusão e a diversidade fazem parte da cultura organizacional, a fim de acolher e dar assistência para as mulheres que estão nesta etapa da vida.
Mães de bebês, adolescentes ou jovens enfrentam desafios, que apenas sofrem algumas variações dependendo da idade que os filhos tenham. De acordo com Lorena Soares, psicóloga e COO da Amar.elo Saúde Mental, as mães já têm suas próprias cobranças internas, mas existe ainda a pressão de fora para que a mulher retorne o mais rápido possível, no mesmo ritmo de antes para o trabalho, e isso pode dificultar a recuperação física e mental da mãe que acabou de ter um filho, e ainda pode prejudicar o vínculo com o bebê.
“Quando chega um recém-nascido, nasce também uma mãe que se transformou durante os nove meses de gestação. Os sentimentos e os hormônios ficam à flor da pele e diante de tanta cobrança e as demandas como amamentação, cuidados com o bebê, as noites mal dormidas e o cansaço, soma-se ainda a intensa mudança de rotina, e daí muitas mulheres decidem largar os empregos porque não têm o apoio necessário das empresas, e esse é o ponto que precisamos mudar”, ressalta Lorena.
“Alguns estudos mostram que equipes mais diversas tendem a ter melhores resultados, além de trazer mais criatividade e inovação. E vale ainda lembrar que quando uma empresa valoriza a diversidade e a inclusão, ela é vista como mais atraente e responsável, tanto pelos funcionários como pelos clientes”, afirma a psicóloga.
Como as empresas podem ter um ambiente emocionalmente saudável?
No ambiente corporativo, existem algumas medidas que podem ser tomadas pelas empresas para facilitar a rotina das mães trabalhadoras na hora de voltar às atividades organizacionais como: flexibilidade no horário de trabalho, opção de trabalho remoto, licença maternidade mais longa, assistência com cuidados infantis, apoio emocional e benefícios emocionais.
Para Lorena Soares, as empresas precisam voltar o olhar para uma cultura organizacional que valoriza a diversidade e a inclusão, podendo assim ser um grande diferencial para as mães trabalhadoras. “É preciso que haja uma conscientização das empresas em relação às demandas que a mãe tem com seu filho, permitindo assim que ela possa conciliar suas responsabilidades familiares com a carreira profissional”, comenta.
E vale ressaltar que a partir do cuidado que as empresas têm com as mães, gera uma motivação a mais, uma sensação de pertencimento, onde é possível manter uma boa performance no ambiente de trabalho e ainda garantir a saúde física e emocional das mães e seus filhos.
“Esse novo momento vem mostrar a necessidade das empresas serem mais humanas, a ponto de entender a diversidade e as necessidades de alguns públicos específicos como as mães neste caso. Promover ambientes emocionalmente e psicologicamente saudáveis e livres de qualquer prática de violência e assédio, onde o colaborador se sinta parte de um propósito maior, e naturalmente, se sinta acolhido, engajado, motivado e feliz”, finaliza Lorena Soares.