A psicóloga Gislene Erbs reparou que seus pacientes tinham uma imensa dificuldade em dizer um “não redondo e bem-colocado” quando precisavam e que isso os deixava frustrados e infelizes. Ao buscar fortalecê-los emocionalmente para que pudessem estabelecer-se como prioridades para si mesmos, sentindo-se seguros para negar aquilo que não lhes interessava, Gislene entrou em contato mais profundamente com suas próprias fraquezas. Ela lembrou ocorridos, nos quais, por causa de crenças limitantes, não pôde dizer o “não” desejado e merecido, que a fizeram adoecer física e mentalmente.
O cruzamento entre suas dores e as dores dos outros, ajudou Gislene a encontrar formas de lidar com essa deficiência de sempre se colocar em segundo plano. Estes modos de agir foram compilados em um método, composto de técnicas e ferramentas estrategicamente elaboradas. Método que, após ser usado em seus pacientes e validado por eles, a psicóloga resolveu compartilhar no livro “Sim ou Não – A difícil arte de colocar-se em primeiro lugar na sua vida”, que será publicado pela editora Literare Books.
“Após tantos anos trabalhando com esse método, e a pedido de muitos dos meus pacientes, resolvi colocar neste livro as bases desse método, de resultados comprovados a partir de meus muitos anos de experiência, que irão ajudar você a aumentar e melhorar sua capacidade de dizer ‘não’ de maneira adequada e justa, de modo que consiga com isso melhorar sua qualidade de vida, preservando ainda seus bons relacionamentos”, afirma a autora no início de sua obra.
No primeiro capítulo do livro, Gislene faz um convite a seus leitores, para que reflitam se estão colocando sua felicidade na mão dos outros e indaguem-se (se a resposta for positiva) a respeito dos motivos e das consequências deste comportamento. A autora afirma que não é saudável e nem lógico sacrificar o próprio bem-estar para agradar aos outros, mas que, infelizmente, em grande parte das vezes, as pessoas fazem isso, porque não sabem dizer “não”. Mas, ainda bem, diz ela, a arte de dizer “não” pode ser treinada e aprimorada ao longo do tempo. As técnicas e ferramentas apresentadas pela psicóloga ao longo do texto têm como objetivo ajudar as pessoas nesta tarefa.
O segundo capítulo da obra trata sobre o desejo de se sentir valorizado. Segundo Gislene, é esta ambição que faz com que muitas pessoas, buscando agradar aos outros a todo custo, não consigam dizer nunca “não” às suas demandas. “Só que ao fazer isso, você pega o caminho errado e deixa de ser valorizado até mesmo por si próprio”, diz. Se o leitor ainda duvida de que age mesmo desta maneira, Gislene oferece um teste com afirmações e questionamentos que ajudam a identificar certos padrões de comportamento que levam à passividade diante das exigências alheias.
A falta de coragem de dizer “não” é o tema do terceiro capítulo do livro. Com o intuito de superar essa fraqueza, Gislene destaca a importância de o leitor treinar fazer as escolhas corretas e assim elevar seu grau de tranquilidade, aumentar seu nível de saúde, buscar a qualidade dos bons relacionamentos e estimular a sua prosperidade. Nesse sentido, o leitor deve, segundo ela, procurar também sempre escolher a si mesmo em primeiro lugar. “A sua felicidade começa pelo respeito a si mesmo”, afirma.
Debruçando-se sobre dilema entre dizer “sim” e dizer “não’, a autora aborda no quarto capítulo a importância do autoconhecimento para se compreender melhor os reais motivos do incômodo que muitos têm em dizer um “não” necessário. Para Gislene, o melhor estado de espírito para iniciar o processo de autoconhecimento é entender que escolher a si mesmo em primeiro lugar não é ser egoísta. Conforme a psicóloga, levar em conta os próprios interesses é praticar as melhores escolhas, que fazem com que se colham os melhores resultados.
No quinto capítulo, a autora aborda os fatores que fazem as pessoas terem dificuldades em dizer o “não” que precisam na maioria das vezes. De acordo com Gislene, o principal deles “vem do fato de que muitas delas não se consideram merecedoras daquilo que as faz feliz”. Mas existem outras razões que tornam árdua a tarefa de negar os pedidos dos outros. São elas: a necessidade de agradar; um perfil comportamental inadequado; o mau desenvolvimento da autoestima; uma infância mal resolvida; experiências negativas ao longo da vida; e a dificuldade em resistir à insistência alheia.
Para poder empregar um “não” de forma correta nas mais diversas situações da vida, é preciso entender o seu verdadeiro valor, que se encontra, segundo a psicóloga, na força que a pessoa adquire ao dizê-lo, ao mesmo tempo em que mantém um relacionamento saudável com aqueles a quem a resposta negativa foi dada. Assim, buscando dar o devido peso a um “não redondo e bem colocado”, Gislene procura, no sexto capítulo, mapear as situações ocorridas na infância que podem desembocar em um adulto que tem medo de se priorizar.
A autoestima é o tema do sétimo capítulo. Nele, a autora destaca como o ato de valorizar a si mesmo anda de mãos dadas com a autoestima e como esta, quando aumenta, possibilita a tomada de decisão mais assertiva, a construção de bons relacionamentos e ajuda a responsabilizar-se pelas escolhas da vida. Conforme Gislene, escolher a si mesmo em primeiro lugar auxilia no sentido de aumentar a autoestima, assim como a ter clareza dos motivos do seu “não”, já que isto é reflexo de autoconhecimento, capacidade fundamental para aprender a gostar mais de si próprio.
Para superar a dificuldade de dizer “não”, o indivíduo precisa trazer à consciência os fatores que influenciam sua tomada de decisão. O oitavo capítulo da obra é dedicado a estes fatores, que devem ser trabalhados, segundo Gislene, para que o leitor se sinta mais confortável com as escolhas que precisa fazer. Entre eles estão: a falta de autoconhecimento; a impulsividade; a falta de habilidade social; a ansiedade; a baixa autoestima; o sentimento de pena; a falta de inteligência emocional; o medo da rejeição; a necessidade de autoafirmação; e a realidade de querer honrar pai e mãe.
“Um não sonoro e adequado é, na verdade, um grito de liberdade – para você e, acredite, para quem o recebe”, diz a psicóloga. Conforme a autora, para negar corretamente, não é preciso ser agressivo, mas assertivo e determinado. No nono capítulo, Gislene destaca alguns pontos que devem ser aprendidos para que a pessoa se aprimore na arte de dizer “não”. São eles: compreender o verdadeiro valor de expressar a negação; fazer escolhas conscientemente; e lidar com as emoções.
A importância de analisar e refletir antes da tomada de decisão é o destaque do 10º capítulo do livro. “Dar um passo para trás antes de decidir vai permitir que você ganhe o tempo que precisa para refletir sobre os pontos relevantes de cada caso, o que o ajudará a ter uma visão mais abrangente daquilo que está sendo pedido e, portanto, a fazer escolhas mais acertadas e justas”, explica Gislene. Neste ponto, destaca a autora, são: elementos fundamentais: o autoconhecimento; os valores; as habilidades sociais, a inteligência emocional; a autoconfiança; e a segurança.
No 11º capítulo da obra, Gislene pondera que mesmo com todas as ferramentas apresentadas até aquele momento, é possível que muitos leitores ainda se sintam inseguros na hora de colocar os ensinamentos em ação. Especialmente para estas pessoas, a autora disponibiliza estratégias e considerações no sentido de facilitar a tarefa. A psicóloga destaca atitudes que ajudam o leitor a dizer “não” em diversas situações, como, por exemplo: no ambiente corporativo; quanto recebe um convite indesejado; ou para pessoas que pedem dinheiro emprestado.
Conforme Gislene, o leitor não aprenderá a dizer “não” de maneira adequada e justa somente lendo o seu livro. Ele precisará praticar os ensinamentos contidos na obra para que eles sejam assimilados e se tornem parte de sua rotina. Assim, o 12º capítulo é voltado à prática de exercícios escritos, no sentido de que o leitor, entre outras atitudes, amplie sua assertividade na hora de dizer “não” e crie um pensamento fortalecido.
No capítulo derradeiro, a autora reitera a importância do autorrespeito e da autovalorização para que as pessoas aprendam a dizer “sim” a si mesmas como prioridade para sua vida e felicidade. Segundo Gislene, dizendo “sim” a si próprias, logo as pessoas estarão mais fortalecidas para dizer “não” aos outros quando lhes convêm.
Por fim, a psicóloga exorta o leitor, assim que findada a leitura, a prática de dizer “não” na hora certa. “Coloque em cena todo o seu poder de decidir a seu próprio favor. Você já está preparado para essa jornada, onde assumirá o protagonismo de suas decisões e se preparará para dizer tantos ‘nãos’ quantos forem necessários para valorizar mais a sua vida”, diz.