Os cuidados com a saúde dos filhos preocupam os pais e mães no período da adolescência. E é nesta fase da vida que existe a tendência maior para aparecimento de um problema ortopédico muito comum: a escoliose, uma curvatura anormal da coluna vertebral. Neste mês, o movimento Junho Verde visa mobilizar serviços e órgãos de saúde para esclarecer sobre o assunto. Cerca de 4% da população mundial é acometida por essa condição médica, segundo a Organização Mundial da Saúde. No Brasil, estima-se que entre 2% e 4% das pessoas tenham escoliose, o que representa cerca de 6 milhões de indivíduos. Em torno de 80% dos casos a escoliose é idiopática, ou seja, sem causa conhecida.
“A escoliose pode aparecer em qualquer fase da vida, sendo o mais comum que se desenvolva durante o início da adolescência. Assim, é possível que a deformidade progrida com o estirão de crescimento da puberdade”, explica a ortopedista Gabriella Brito, cirurgiã de coluna e membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia – Seção Ceará (SBOT-CE).
Por esse motivo, identificar o mais breve possível o problema é a chave para prevenir a progressão da doença. “Pode-se perceber uma diferença na simetria da cintura, um ombro mais alto que o outro, ou até mesmo uma gibosidade, ou ‘corcunda’ nas costas”, alerta Gabriella Brito.
Danos à saúde
De acordo com a cirurgiã de coluna, se a escoliose não for tratada a tempo, pode provocar diversos danos à saúde. “Além da deformidade trazer prejuízos estéticos que podem levar a problemas psicológicos pela distorção da autoimagem e bullying, há prejuízos físicos, como a possibilidade de problemas respiratórios por diminuição da caixa torácica”, alerta Gabriella Brito.
Alguns hábitos podem agravar o quadro de escoliose, como fumar, má postura, sedentarismo e carregar pesos de forma irregular.
A ortopedista orienta que a melhor prevenção para a escoliose é a detecção precoce, para evitar que ela progrida. “O tratamento pode envolver desde a fisioterapia com exercícios específicos para escoliose e o uso de coletes especiais, até o tratamento com cirurgia para o realinhamento da coluna”, descreve Gabriella Brito, membro da SBOT-CE.