Com estimativa de 1.160 diagnósticos em 2025, a Bahia, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), é o estado da região Nordeste que lidera o número de novos casos de câncer de colo de útero, conhecido como câncer cervical. A neoplasia tem como principal fator de risco a infecção persistente por determinados tipos do Papilomavírus humano (HPV), vírus transmitido em relações sexuais sem proteção, principalmente o HPV-16 e o HPV-18, considerados de alto potencial oncogênico. “Um dos principais desafios para combater os cânceres ginecológicos é conscientizar a população sobre a importância da vacinação contra o HPV para meninas e meninos de 9 a 14 anos, disponível no SUS”, afirma o ginecologista Airton Ribeiro, diretor médico da CAM, que integra a Oncoclínicas&Co. “A vacina nessa fase da vida tem uma resposta imunológica muito boa, protege indivíduos desde as suas primeiras relações sexuais e impede a transmissão entre parceiros”, completa.
“Além de ser uma aliada contra o câncer de colo de útero e outros tumores ginecológicos, a imunização contra o HPV é uma proteção para outros tipos de tumores associados ao vírus, como o de orofaringe, ânus e pênis”, esclarece o oncologista Fernando Nunes, da Oncoclínicas Bahia. “Por isso é fundamental que os pais compreendam a importância de vacinar meninas e meninos”, acrescenta o especialista.
Outros fatores colaboram para o surgimento do câncer de colo de útero, como a iniciação sexual precoce, o tabagismo, a higiene íntima inadequada e a multiplicidade de parceiros. “O sexo seguro, a vacina contra o HPV e o exame ginecológico de rotina são as principais medidas para prevenção”, afirma o diretor da CAM. “A realização do preventivo, Papanicolau, é capaz de detectar não apenas o câncer em fases iniciais ou avançadas, mas até lesões pré-malignas que podem ser tratadas precocemente, evitando o desenvolvimento da doença”, explica Airton Ribeiro.
De acordo com o INCA, o Brasil deve registrar 17.010 novos casos de câncer de colo de útero em 2025.
Sinais de alerta
De desenvolvimento lento, o câncer de colo de útero, muitas vezes, é assintomático em sua fase inicial. Dores durante relação sexual, secreção vaginal anormal, dor abdominal associada a queixas urinárias ou intestinais e sangramento após relação sexual são alguns dos sintomas que podem ocorrer em casos mais avançados.
“Ao perceber qualquer sinal, a mulher deve buscar seu ginecologista para uma investigação imediatamente”, orienta Airton Ribeiro. O médico esclarece que o exame preventivo deve ser feito independente da presença de sintomas. “A detecção precoce da doença, quando ela ainda não apresenta nenhuma manifestação, faz toda diferença no tratamento e aumenta as chances de cura”, explica.
Tratamento
O tratamento é individualizado e as abordagens terapêuticas dependem do estágio do câncer, podendo envolver cirurgia, radioterapia e quimioterapia ou técnicas combinadas. “Os avanços das cirurgias minimamente invasivas, da tecnologia radioterápica e de novas drogas usadas no combate ao tumor têm tornado o tratamento menos tóxico e mais eficaz”, finaliza Fernando Nunes.