Canoa Quebrada, um dos destinos mais icônicos do litoral cearense, agora abriga a Galeria Ylie, um novo ponto de encontro para as artes visuais na região. O espaço será inaugurado oficialmente com um coquetel especial no coração da vila, na movimentada rua principal de Canoa, onde acontece o tradicional burburinho das tardes e noites.
O nome Ylie carrega uma história afetiva. “Depois de muitos dias em que os 20 artistas do coletivo tentaram — sem sucesso — chegar a um consenso, comecei a pensar em nomes que tivessem significado pessoal. Lembrei da minha filha de 5 anos. O nome Ylie vem dela. Foi uma escolha afetiva e, de certa forma, simbólica: a arte também é isso — algo que a gente cria, cuida e oferece ao mundo”, conta Márcio Delpicchia, cineasta e idealizador do projeto,
A ideia da galeria nasceu a partir de diálogos frequentes entre um grupo de artistas com trajetórias consolidadas na região e uma vontade em comum: criar um espaço onde a arte pudesse não só ser vista, mas também conversada. “Sonhávamos há tempos em contruir um espaço que fosse também um ponto de encontro para os artistas locais. A rua principal, com seu movimento e vitalidade, parecia o lugar certo para que a galeria pulsasse com a cidade”, explica Joyce, uma das artistas à frente da galeria.
A exposição inaugural reúne obras de 20 artistas, todos com vínculos com Aracati, apresentando um conjunto diversificado de linguagens: quadros, esculturas, cerâmicas, livros e produções autorais. “Todos são grandes artistas. Cada obra carrega um pouco da nossa história e identidade local”, destaca Depichia.
No curto prazo, o desejo é aproximar a arte do público local, mostrando a diversidade e a riqueza da produção artística da região, muitas vezes invisível no cotidiano. A longo prazo, a proposta é que a galeria se consolide como ponto de encontro entre diferentes origens e olhares, recebendo tanto moradores quanto visitantes de outras partes do Brasil e do mundo.
“Nosso país é solo fértil para a arte. O que falta, muitas vezes, é o espaço, o cuidado, a escuta e o reconhecimento para que essas manifestações possam florescer com a visibilidade que merecem”, conclui o idealizador.