Mandinga Beat é um coletivo que promove a fusão de ritmos brasileiros e africanos em diálogo com a música diaspórica contemporânea. Com uma sonoridade única que surge de encontros e intercâmbios culturais em viagens ao Mali, Burkina Faso, Moçambique, México, Europa, Angola e Brasil. O duo formado por André Sampaio e Joe Dess virou trio com a chegada da cantora e compositora, Victória dos Santos. “Criança Rica” chegou para celebrar essa nova parceria, anunciar álbum a caminho e prometem não apenas encantar, mas também trazer uma mensagem poderosa de identidade cultural e prosperidade. E falando em festa, o videoclipe dirigido por Luã Gordo, carrega essa alegria e comemoração com cantoria, dança e um lugar histórico do Rio de Janeiro.
“Criança Rica” tem sotaque angolano e filosofia africana no fundamento. É Semba – ritmo da Angola com fortes laços com o samba brasileiro – com tempero de afrobeats feito no Brasil. A riqueza do clipe são as crianças interagindo com tambores, berimbau e dança trazendo um tom festivo e lúdico que a música exala. Os “Meninos do Borel” mostram os passos de afrofunk a convite de Lipe Rodrigues e a bailarina, Arlete Alves, também dá um show a parte com sua pesquisa . Além de reforçar a novidade da formação, com a Victória na voz e percussão, o trabalho remete a esses contadores de estórias, construtores de pontes entre Brasil e África, ancestralidades e contemporaneidades.
Escute: https://lnk.fuga.com/mandingabeat_criancarica
O clipe foi gravado na sede da Cia de Mystérios e Novidades, grupo de teatro popular com mais de 40 anos de atividades, cujo trabalho aborda também a valorização da ancestralidade negra da região, conhecida também como “Pequena África”.
A canção foi escrita pela Victória e fala sobre a importância de cultivar nossa cultura desde a infância, respeitando nossas raízes e nossa história. A letra, brinca com nomes de instrumentos e jogos tradicionais em português e em línguas bantu, é um convite à reflexão sobre a continuidade das tradições.
“Conhecer nossa história e cultura e propagá-la, é uma maneira de contribuir para a emancipação de traumas colonialistas que assolam os povos em diáspora e em áfrica até hoje. Citando Paulinho de Viola: ‘Quando penso no futuro não me esqueço do passado’” completa Victória dos Santos.
O nome da música carrega uma dualidade em falar sobre a riqueza cultural e também a riqueza de prosperar. Quando falamos de crianças africanas, o que vem na sua mente? Joss Dee, integrante do trio, é DJ, beatmaker e produtor musical angolano e fala sobre os estereótipos que existem quando falamos das crianças africanas.
“A infância está sempre relacionada a um dos primeiros estereótipos que surge quando a Angola é mencionada ou a África em geral. Sempre estão relacionados à pobreza, à fome e várias questões que assolam as crianças. E eu acho que essa música surge muito nessa contramão, de uma mensagem positiva, com uma adágio popular e toda uma vibração pra cima, trazendo uma aura completamente diferente sobre a criança. Essa criança, que pode ser do Brasil, mas também pode ser de Angola.” completa Joss Dee.
“Criança Rica” traz a felicidade e a alegria de uma criança, é envolvente e fica impossível escutar e se manter parado. A canção conta com as guitarras e direção de André Sampaio, produção de Joss Dee, congas e voz de Victória dos Santos e nessa música tem as participações de Mano Jotta no violão e Oswaldo Sakayengo (Angola) no baixo.
“Eu gosto muito da música angolana dos anos 70, tendo ouvido coletâneas da época sobretudo do selo Analog Africa e me identificado bastante com as linhas de guitarra e melodias vocais. Minha primeira experiência em solo africano foi em Moçambique, que possui um outro ritmo “parente” do Semba, a marrabenta, que tem algumas similaridades na sua forma e melodias. Pra mim foi um processo muito bonito buscar essas conexões e criar guitarras que propusessem essas pontes sonoras, muito influenciado também pelas referências que Vic e Joss me passaram.” finaliza André Sampaio.
Sobre o Mandinga Beat
Mandinga Beat é um coletivo que promove a fusão de ritmos brasileiros e africanos em diálogo com a música diaspórica contemporânea. Com uma sonoridade única que surge de encontros e intercâmbios culturais em viagens ao Mali, Burkina Faso, Moçambique, México, Europa, Angola e Brasil, o Mandinga Beat convida aos ouvintes a uma viagem musical entre Brasil e África. Um grande encontro de sons periféricos no qual o ritmo – o beat – é a chave.
O coletivo nasce do encontro entre André Sampaio – guitarrista, cantor e produtor musical brasileiro que mergulhou fundo nas guitarras do oeste africano em contato com as musicalidades da diáspora – e Joss Dee – DJ, beatmaker e produtor musical angolano que traz consigo os afrobeats, afro house, kuduro e outros gêneros eletrônicos africanos. A dupla se uniu à cantora e percussionista Victória dos Santos que integra o coletivo trazendo sua bagagem de sambas, sembas e ritmos de terreiro.
O coletivo produz novas fusões musicais entre África e Brasil aliada a cantores, produtores e músicos que trazem outras pontes com ritmos periféricos e de matriz africana – o coletivo expande horizontes ao aprofundar o diálogo entre ancestralidades e contemporaneidades.
Desses encontros brotam fortes riffs de guitarra de diversos estilos africanos, passando pelos ijexás e bebendo também do funk rock norte-americano. Cantigas tradicionais, rap e canções costuram a poética que aborda assuntos desde ancestralidade até críticas sociais, sempre buscando uma mensagem positiva e de superação das dificuldades. Dos berimbaus, passando pelos tambores do candomblé, do caribe e até do coco nordestino – o groove dos afrobeats faz a ponte entre os ritmos modernos de África e o funk, samba-rock e outros gêneros do Rio de Janeiro. Tudo isso envolvido por uma atmosfera dub / reggae aditivados por beats e timbres eletrônicos que trazem o som do grupo para um contexto urbano e contemporâneo.