Apontado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como um dos principais problemas de saúde pública no mundo, a obesidade tem se tornado um quadro cada vez mais presente na sociedade brasileira. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o percentual de obesos no país mais do que dobrou nos últimos 20 anos, saindo de 12,3% do total da população, em 2002, para 26,8%, em 2019. O quadro faz com que o Dia Nacional de Prevenção da Obesidade, seja um momento de necessária reflexão sobre as causas que agravaram as estatísticas e sobre as estratégias mais eficientes para mudar este cenário.
De acordo com o médico especialista em fisiologia metabólica, Dr. Ludsclay Delmondes Cação, a razão do avanço da obesidade está no sedentarismo e nos maus hábitos alimentares típicos da sociedade atual. “Estes dois fatores se expressam em um quadro no qual as pessoas se movimentam menos e deixam de lado o preparo de uma comida de verdade para se apoiarem nas facilidades tecnológicas das comidas pedidas via aplicativos”, afirma Cação.
O médico aponta que o quadro é problemático, visto que a obesidade é uma potencial causadora de problemas como diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares e cerebrais, bem como de sintomas como cansaço excessivo, falta de energia no dia a dia, infecções de repetição, má qualidade do sono, intestino lento, e baixa da libido.
Exercício físico e reeducação alimentar são essenciais para prevenir e combater a obesidade
Para que haja mudança no cenário, Cação aponta que é preciso atacar exatamente as suas duas maiores causas: o sedentarismo e a má alimentação. Por conta disso, o protocolo usado pelo médico tem como pontos centrais o exercício físico e o acompanhamento nutricional, pilares que, segundo ele, devem ser conduzidos por profissionais especializados na área.
Professor de educação física da Smart Fit, Guilherme Micheski aponta que a paciência para realizar uma evolução gradual é um dos segredos para engajar uma pessoa obesa em uma rotina de atividade física. “Toda mudança de comportamento deve ser direcionada e organizada de uma forma que colabore para gerar o menor impacto possível nas demais tarefas do dia”, afirma. Micheski acrescenta ainda que, além de contribuir para a adoção de uma frequência sustentável de treinos, uma abordagem mais gradual, quando somada a um programa que mistura musculação com atividades aeróbicas, auxilia na preservação das articulações e na manutenção da massa muscular do aluno.
Promover pequenos avanços comportamentais para impulsionar resultados sustentáveis é também fundamental no campo da nutrição, aponta a nutricionista da Smart Fit, Caroline Guimarães. Ela destaca que realizar mudanças significativas na alimentação é um processo difícil e demorado, o que exige um processo de adaptação complexo. “Por isso, é fundamental contar com ajuda profissional e, se possível, com o apoio familiar, sobretudo nos primeiros passos”, recomenda. Sobre algumas das medidas práticas para realizar a transição rumo a uma alimentação mais saudável, a nutricionista ainda sugere o consumo diário de alimentos naturais como frutas, legumes, vegetais, alimentos integrais, grãos, carnes magras e leite e derivado e a moderação do consumo de alimentos como doces, frituras e guloseimas.