• sex. nov 22nd, 2024

InFluxo Portal

O portal de notícias que traz o melhor da cultura, moda, saúde, bem-estar, economia e muito mais!

Estudo inédito revela que mulheres com câncer têm mais riscos de síndrome metabólica

Cropped shot of a professional doctor examining breast of her female patient mammography mammalogy breast cancer awareness health medicine clinical concept.

Estudo inédito, realizado recentemente no Brasil, revela que mulheres com câncer de mama, não obesas e na pós-menopausa têm riscos aumentados para síndrome metabólica, hipertensão e diabetes. Realizada com 130 pacientes de 45 a 75 anos, em estadios I, II e III da doença, a pesquisa compara um número igual de mulheres nas mesmas condições, porém sem o diagnóstico de câncer. De acordo com o mastologista Daniel Buttros, do Departamento de Políticas Públicas da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), os resultados do estudo evidenciam a importância da avaliação da saúde metabólica das mulheres com câncer de mama. “Independentemente do índice de massa corporal, a pesquisa representa um alerta e indica que as pacientes precisam receber cuidados adequados e individualizados”, destaca o médico.

A dissertação de mestrado “Perfil metabólico de mulheres não obesas com câncer de mama na pós-menopausa”, apresentada pelo médico Pedro Paulo Perroni da Silva Filho, na Faculdade de Medicina da Universidade Estadual Paulista (Unesp), tem o mérito de avaliar de forma inédita a saúde metabólica de pacientes não obesas com câncer de mama na pós-menopausa. “A maior incidência de síndrome metabólica ocorre, de fato, em pacientes obesas. Mas o estudo realizado agora demonstra que mulheres não obesas, embora em menor proporção, também têm uma situação agravada”, observa Daniel Buttros, mastologista da SBM e coorientador do trabalho.

Em 1999, a Organização Mundial de Saúde (OMS) propôs a primeira definição para a síndrome metabólica, considerando o conjunto de fatores de risco para doença cardiovascular, entre os seguintes critérios: elevação da pressão arterial, aumento de triglicerídeos, redução do HDL colesterol, obesidade (índice de massa corpórea >30kg/m2) ou aumento da relação cintura/quadril, e resistência insulínica definida pela presença de diabetes tipo II ou intolerância à glicose ou hiperinsulinemia. Em 2001, o US National Cholesterol Education Program: Adult Treatment Panel III (NCEP-ATP III) desenvolveu outra definição diagnóstica, que incluiu alguns dos critérios propostos pela OMS e excluiu o índice de massa corpórea (IMC), a relação cintura-quadril e a resistência insulínica.

No estudo apresentado na Unesp, tanto no grupo de estudo, composto por 130 pacientes com câncer de mama, não obesas e na pós-menopausa, quanto no grupo de controle, com o mesmo número de mulheres, as mesmas características e sem o diagnóstico da doença, foram consideradas com síndrome metabólica as participantes que apresentaram três ou mais indicativos: circunferência de cintura maior que 88cm, triglicerídeos maior ou igual a 150 mg/dL, HDL colesterol menor que 50 mg/dL, pressão arterial maior ou igual a 130/85 mmHg e glicose maior ou igual a 100 mg/dL.

“Entre as mulheres com câncer de mama não obesas, observamos maiores médias nos valores de pressão sistólica e diastólica e de glicemia, na comparação ao grupo de controle”, afirma Buttros. Na avaliação dos fatores que influenciam o perfil metabólico, o mastologista da SBM destaca maior ocorrência de síndrome metabólica e de elevação da pressão arterial entre as pacientes. “Também constatamos valores acima dos desejáveis de colesterol total e glicemia”, pontua.

Os resultados do estudo, segundo o especialista, representam um alerta, à medida que sinalizam a necessidade de acompanhamento e cuidados condizentes com a realidade de cada paciente.

Para o especialista, a evolução nos tratamentos oncológicos vem contribuindo para melhorar as taxas de sobrevida e a expectativa de vida entre as mulheres com diagnóstico de câncer. “Como aprimoramento, também devemos considerar avanços no entendimento entre o perfil metabólico e o câncer de mama, como descrito no estudo inédito realizado no Brasil”, ressalta. “Acredita-se hoje que um perfil de risco metabólico seja não somente um dos fatores de risco modificáveis para o desenvolvimento de câncer de mama, mas também um ponto importante para o desfecho oncológico e a sobrevida global”, finaliza Daniel Buttros.

By João Pedro Silva

É Jornalista, especialista em mídia esportiva desde 2018 é CEO/Fundador do Portal Esporte News. Foi jornalista da TV União, Radialista da Rádio Fortaleza FM e Rádio Dom Bosco FM. No INFluxo Portal é colunista e trata sobre cobertura de eventos, entretenimento e muito mais! Insta: @joaopedrosilvareal

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *