A queda acentuada das taxas de natalidade em diversos países tem gerado preocupações sobre o futuro demográfico do planeta. Estudos recentes apontam que, se essa tendência continuar, a população mundial pode ser reduzida à metade até o ano de 2100. A chamada “crise reprodutiva global” já não é mais um problema individual ou familiar, mas uma questão de saúde pública e de impacto socioeconômico.
De acordo com o Dr. Marcelo Cavalcante, especialista em reprodução humana, a mudança nos padrões reprodutivos é multifatorial. A maternidade tardia, cada vez mais comum devido ao foco das mulheres na formação acadêmica e no desenvolvimento de carreiras profissionais, é uma das causas principais. No entanto, fatores como o aumento da obesidade, estresse crônico, sedentarismo e a exposição crescente a poluentes ambientais também têm contribuído para o declínio da fertilidade, tanto masculina quanto feminina.
Esse cenário resulta em um aumento do número de casais inférteis, um fenômeno que vem crescendo nas últimas décadas. A infertilidade, que antes era considerada uma questão intimista, hoje se apresenta como um problema coletivo, com implicações diretas nos sistemas previdenciários, na força de trabalho e no crescimento econômico.
“Precisamos tratar a fertilidade com a mesma seriedade com que tratamos outras questões de saúde pública. Olhar para esse tema hoje é garantir o futuro de forma consciente e planejada.” afirma Dr. Marcelo Cavalcante, médico especialista em reprodução humana.
A reprodução assistida surge como uma aliada para aqueles que enfrentam dificuldades para engravidar, com técnicas como o congelamento de óvulos e a fertilização in vitro (FIV) ganhando cada vez mais relevância. Porém, para que essas tecnologias realmente cumpram seu papel, é necessário ampliar o acesso a elas, desmistificar o tema e inserir a questão nas políticas públicas de saúde reprodutiva.
Ignorar essa crise pode trazer sérias consequências para as futuras gerações. Para enfrentar esse desafio, é necessário agir agora e garantir que as próximas gerações tenham a possibilidade de prosperar. A crise reprodutiva não é uma realidade distante; ela é uma urgência que já afeta o presente e determinará o futuro da humanidade.