A história de Julie Ane Guimarães, CEO da Neo Franchise, é parecida com o de muitos empreendedores que conhecemos, pessoas que descobrem cedo o seu potencial para criar ou aprimorar negócios, às vezes apenas observando o que deu ou não certo com outras pessoas.
Ainda no ensino médio, levava os doces que a mãe fazia para vender na escola, ganhando comissão sobre o resultado. Aos 17 anos, trabalhou por um ano como vendedora em uma relojoaria e, na sequência, foi contratada para a área administrativa de uma imobiliária. “Nesse meio tempo eu me formei em administração de empresas e continuei vendendo várias coisas em paralelo”, diz.
Ao se tornar mãe, começou a sua grande virada, pois foi quando passou a saber exatamente o que queria profissionalmente. Há 5 anos, quando trabalhava como gerente em uma rede de alimentação, Julie Ane percebeu o quanto os prestadores de serviços de entregas deixavam a desejar. “Comecei a fazer algumas exigências e acabei não tendo uma boa aceitação”, diz e complementa: “Os entregadores eram terceirizados e as minhas observações tiveram um efeito contrário, sofri com manifestações de machismo e agressões verbais”.
Não se deixando abater e com olhar crítico, a empresária identificou os gargalhos do setor e mapeou maneiras de facilitar a vida de estabelecimentos e entregadores, pois acreditava no potencial do mercado e no destaque que aquele que oferecesse um serviço mais padronizado e profissional teria. Assim, em 2019, começou a formatar a Neo Delivery, sua própria plataforma de entregas que seguiria tudo aquilo que cobrava dos seus fornecedores.
O seu objetivo principal era ofertar soluções até então carentes no mercado – rota inteligente, agenda financeira, máquina de cartão integrada, otimização de tempo e custos. Desde o início, as dificuldades e desafios não foram poucos: tudo foi desenvolvido com tecnologia de ponta e estruturado com o envolvimento de várias frentes, todas tendo que conversar entre si, para que o resultado ficasse da forma desenhada pela empresária. Julie Ane precisou, antes de mais nada, se impor em um ambiente majoritariamente masculino.
As provações pelas quais passou serviram de aprendizado – Julie Ane, hoje com 31 anos, faz parte do grupo de mulheres que elevam o Brasil ao sétimo país com maior número de empreendedoras no mundo. Dos 52 milhões de empreendedores, 30 milhões são mulheres – ou seja, 57% – segundo dados do GEM (Global Entrepreneurship Monitor 2020), principal pesquisa mundial sobre empreendedorismo.
Diante dos resultados, Julie Ane abriu a primeira franquia da Neo Delivery um ano após a sua criação, sempre firme no que tinha em mente: “O mercado do franchising é fantástico, pois possibilita que qualquer pessoa se torne um empresário de sucesso”, afirma e conclui “O nosso know-how e o suporte que damos são fundamentais para o desenvolvimento do franqueado”.
Com modelo de franquia sem ponto comercial e investimento inicial a partir de R$10 mil, a Neo Delivery está presente hoje em mais de 17 estados em todo território nacional, recebendo diariamente 11 mil pedidos dos mais variados segmentos. O faturamento anual da marca gira em torno dos R$9 milhões e a empresa segue em expansão, com o objetivo de ser uma das maiores e melhores plataformas de logística do país.
A empresária aconselha a quem se interessar em empreender, que faça com consciência; se optar pela franquia, que seja um modelo que tenha afinidade com seu propósito, já que o sucesso depende do trabalho conjunto entre a franqueadora e o empreendedor, que precisa gostar e se dedicar ao negócio todos os dias para ter 100% de sucesso.
“Tenha em mente que o primeiro ano é o mais difícil e contemple no seu investimento um capital de giro, afinal nem sempre acontece como planejado, você precisa estar financeiramente preparado”, aconselha.
Hoje, Julie Ane diz que a sua maior conquista é ver o aplicativo testado e aprovado, funcionando em várias regiões do Brasil, gerando renda aos franqueados. “Ver a realização de um projeto que idealizei, que possibilita independência financeira para muitos outros empreendedores é o que temos de mais positivo”, afirma.