Após quase um ano do lançamento do álbum “Maria Esmeralda”, disco que nasceu no estúdio da BASE.CO e ganhou destaque na cena da música brasileira, os músicos Pirlo, Thalin, Cravinhos, VCR Slim e iloveyoulangelo, que estão por trás do projeto, se preparam para uma apresentação especial no C6 Fest. O evento acontece neste domingo (25), no Parque do Ibirapuera, em São Paulo.
“Maria Esmeralda” nasceu de um episódio inusitado: um dia em que parte da equipe ficou trancada no antigo estúdio da BASE.CO após o produtor Fran Marcondes sair e levar, sem perceber, a única chave que possuíam. Para passar o tempo, começaram a improvisar — e dessa situação inesperada surgiu “Lince”, a primeira faixa do disco. O que começou como uma sessão de estúdio despretensiosa acabou se transformando em um dos projetos mais autênticos da cena musical contemporânea, com uma sonoridade plural, abordagem conceitual e agora conquista também o prestigiado palco do C6 Fest.
A ideia de um álbum completo surgiu justamente após a criação espontânea da canção, que rapidamente foi lançada no SoundCloud e ganhou videoclipe no YouTube. A sonoridade e o espírito coletivo de “Lince” inspiraram os integrantes a expandirem esse universo. Foi a partir disso que o produtor Thalin convidou VCR para somar no projeto. Em uma reunião que rapidamente se transformou em sessão criativa, nascia o conceito por trás de Maria Esmeralda.
Mais do que uma coletânea de músicas, Maria Esmeralda é um trabalho conceitual que gira em torno da personagem fictícia que dá nome ao álbum. Ela vive um romance conturbado, refletindo as complexidades das relações humanas, as dualidades da vida e as emoções que habitam entre amor, desilusão, despedida e reflexão. A narrativa, embora não linear, serve de guia poético e estético para o disco.
Produzido na BASE.CO pelos cinco integrantes do projeto, o álbum carrega uma sonoridade plural e rica, resultado da fusão de diversas referências como MPB, trilhas de novela, jazz, rock psicodélico e batidas experimentais. As linhas de guitarra e violão ficam por conta de Cravinhos, e o disco ainda conta com participações especiais de Don Cesão, Rubi, Tchelo Rodrigues, Quiriku, Servo e Yung Vegan.
Para os integrantes, o lançamento teve uma repercussão surpreendente. Quase um ano após a estreia, “Maria Esmeralda” continua acumulando ouvintes e mantendo relevância. “O álbum foi crescendo muito bem nas plataformas de um jeito que surpreendeu a gente pois no início não esperávamos que iríamos conseguir os números que conseguimos, e isso veio muito da forma orgânica que o álbum foi sendo espalhado, seja por meio de indicações ou entrevistas”, eles afirmam.
A BASE.CO foi o epicentro criativo do projeto, não apenas como estúdio, mas como espaço de convivência e experimentação artística. Episódios como o dia em que ficaram trancados no estúdio e compuseram “Lince” marcam a memória afetiva do álbum e sua origem inusitada. “A BASE sempre foi o ponto de encontro onde a gente se reunia pra fazer música ou mesmo para passar o tempo escutando um som e trocando ideias. Ela faz parte tanto do ‘Maria Esmeralda’, quanto do nosso lifestyle mesmo. Acreditamos que sem a Base a gente não teríamos feito tanta coisa que conseguimos fazer até agora”, afirmam.
Agora, o grupo leva esse universo para o palco do C6 Fest, um dos festivais mais relevantes da cena nacional. Os ensaios, mais uma vez, vêm acontecendo na BASE.CO, com apoio técnico de Ariel Borges, Gustavo Siqueira, Fran Marcondes e Bruno Gelmini — também conhecido como Pirlo no Maria Esmeralda — todos sócios da produtora e selo. A grande novidade para essa apresentação é a presença de um trio de cordas, que promete dar uma nova dimensão ao espetáculo. Além disso, o show contará com participações de Rubi, Quiriku, Servo, Cesão, Coringa e Zudizilla.
“O C6 é uma grande oportunidade pra gente, é um festival bem aclamado e esperado pela galera, tanto pela curadoria quanto pela experiência, então a gente vem trabalhando para entregar um show do tamanho do festival”. Eles ainda finalizam: “Estamos bem ansiosos para fazer esse show e tenho certeza que o público vai curtir bastante. É a nossa oportunidade também de apresentar esse trabalho pra galera que ainda não conhece ou que não viu a nossa apresentação”.
Com isso, Maria Esmeralda fecha mais um ciclo: do improviso no estúdio ao grande palco, sempre pautado pela força da colaboração, da arte livre e da potência criativa que nasce onde há espaço para escuta e troca.