• seg. jul 8th, 2024

Dia Internacional da Mulher: Chega de romantizar o cansaço, é hora de cuidar da saúde mental de todas

Neste 8 de março, muito se fala sobre lutas e avanços do universo feminino. Junto das conquistas no mercado de trabalho, por exemplo, vêm muitas vezes as tensões por ter que lidar com as cobranças desiguais, a sobrecarga de trabalho e o acúmulo de papéis e funções. Por isso, além de comemorar vitórias e levantar bandeiras de lutas que permanecem, vale atentar para o cuidado com a saúde mental das mulheres, pois são elas as mais propensas a adoecer mentalmente, como alerta o  pesquisador na área de saúde da mulher e perinatalidade, Lucas Ledo Alves.

Psicólogo curador (CRP 11/13089) e coordenador da Amar.elo Saúde Mental, startup que leva o bem-estar emocional para o ambiente corporativo, Lucas afirma: “Eu costumo falar que a gente não só precisa debater sobre a saúde mental da mulher, mas sair desse debate e também trazer a importância sobre a construção de políticas internas e públicas que deem assessoria e assistência a essas mulheres que trabalham e que precisam ser ainda mães, filhas, esposas, dividindo-se em todos esses papéis sociais”.

De acordo com o profissional, com a pandemia e a chegada forçada do home office, houve muita adaptação, e para algumas mulheres devido a essa apropriação construída socialmente de diversos papéis, acabaram tendo uma dificuldade maior de lidar com isso, onde tiveram que fazer seus trabalhos de dentro de casa e ainda misturar com o maternar e os afazeres domésticos.

“Essas mulheres tiveram, na maioria das vezes, que dar uma assistência e cuidar dos filhos e da escola, dar assistência com a casa, e ainda não deixar o trabalho formal de lado. O home office teve suas positividades, pois todas as pessoas tiveram a possibilidade de estar em casa fazendo seu trabalho, mas também teve muita coisa por trás que trouxe prejuízos”, diz Lucas. 

Naturalmente, muitos têm a visão de que a mulher que assume os acúmulos de papéis é uma guerreira. Mas, segundo o psicólogo Lucas Ledo, é importante entender que quando se administra uma nomenclatura ou até um rótulo de que a mulher é guerreira, de certa forma se está romantizando todo o cansaço da mulher no século 21. 

A exaustão é algo que grande maioria das mulheres que trabalham e cuidam dos demais papéis sociais sofrem, e ainda pode-se dizer que são elas que têm acessado maior nível de burnout. 

“A gente jamais tem que esquecer que essa mulher por trás da guerreira pode estar muita cansada e doente emocionalmente. Neste mês, em que se volta uma atenção especial a elas, precisamos também abordar a divisão de papéis de uma forma que a população entenda o que podemos fazer com relação a isso. Tem sido as mulheres que têm acessado níveis maiores de burnout, ansiedade, depressão, desamparo e falta de rede de apoio (formal ou informal)”, revela.

A rede de apoio, sendo ela formal (onde as políticas públicas cedem assistência às famílias que necessitam) ou a informal (apoio de avó, mãe, pai, amigo..) se faz necessária quando as mulheres chegam ao seu limite, e vale ressaltar que não é necessário chegar ao limite para pedir ajuda. 

As mulheres precisam de apoio, inclusive, para não serem julgadas quando pedem ajuda. “Quando se pede ajuda, não significa que seja menos mãe, mulher ou menos capaz. Procurar auxílio seja médico ou de rede de apoio é essencial para o autocuidado”. 

Segundo Lucas Ledo, as empresas também têm responsabilidades em trazer e oferecer um cuidado com a saúde mental das mulheres, porque quando se observa e cuida se terá uma equipe mais engajada e feliz dentro das empresas.

“A Amar.elo Saúde Mental é uma startup que é provedora de saúde mental dentro das empresas e reforça a necessidade de construções de políticas internas de cuidado transversal de saúde da mulher para que possa se sentir amparada. Vale dizer que muitas vezes é somente dentro do trabalho que essa mulher vai ter um cuidado viável em saúde. Então, é sim responsabilidade das instituições corporativas oferecer um cuidado mais intenso para essas mulheres, não só neste mês do dia da mulher, mas que sejam políticas contínuas” finaliza.

Por isso, a Amar.elo Saúde Mental, startup que leva o bem-estar emocional para o ambiente corporativo, discute a importância do cuidado com elas que têm inúmeras funções, pois são as mulheres que têm mais propensão a adoecer mentalmente. 

By João Pedro Silva

É Jornalista, especialista em mídia esportiva desde 2018 é CEO/Fundador do Portal Esporte News. Foi jornalista da TV União, Radialista da Rádio Fortaleza FM e Rádio Dom Bosco FM. No INFluxo Portal é colunista e trata sobre cobertura de eventos, entretenimento e muito mais! Insta: @joaopedrosilvareal

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