Crédito: Palermo/Wolfsburg
Quando o adolescente Bernardo Zanotta ganha uma câmera de vídeo de presente de seu pai, ele inicia uma jornada em que as linhas entre a realidade e a ficção se misturam. Ao descobrir a traição de seu pai contra sua madrasta, Bernardo e ela, inspirados pelas tragédias gregas, elaboram um plano de vingança, registrando cada passo em vídeo.
Esta é a premissa de “Tragédia”, de Bernardo Zanotta, curta-metragem que passa na Semana da Crítica de Berlim (Alemanha), nesta segunda, 17 de fevereiro. A produção teve sua première mundial no início do mês no Festival de Cinema de Roterdã (Holanda).
Coprodução entre Brasil, Holanda e França, o filme traz no elenco Laís Freitas e Julio Zanotta (1950-2024). Além da direção e roteiro, Bernardo divide produção com Davi de Oliveira Pinheiro, Manon Bovenkerk e Flavien Giorda e Yann Gonzalez.
“Em uma visita ao Brasil em 2021, encontrei com uma coleção de vídeos caseiros da minha infância”, relembra o diretor que reside na Holanda. A decisão de trabalhar com o material filmado em 2009 foi impulsionada pelo recente diagnóstico de câncer do meu pai. “De muitas formas, esse filme se tornou um passo inicial no processo de lidar com essa perda iminente. Talvez, ao matá-lo na ficção, eu pudesse encontrar uma maneira de mantê-lo vivo”, complementa.
Lenda do teatro gaúcho, o dramaturgo Julio Zanotta faleceu em novembro de 2024. Seu filho também trabalha no longa-metragem documental “A Morte de Julio Zanotta”, em produção.
Sinopse
Quando o adolescente Bernardo ganha uma câmera de vídeo de presente de seu pai, ele inicia uma jornada em que as linhas entre a realidade e a ficção se misturam. Ao descobrir a traição de seu pai contra sua madrasta, Bernardo e ela, inspirados pelas tragédias gregas, elaboram um plano de vingança, registrando cada passo em vídeo.
Biografia
Nascido em 1996, em Porto Alegre, Brasil, Bernardo Zanotta cresceu trabalhando em uma locadora de vídeo e nos bastidores de produções teatrais da capital gaúcha antes de se mudar para a Holanda em 2014. Lá, formou-se no departamento de Imagem em Movimento da Gerrit Rietveld Academie em 2018. Durante os estudos, envolveu-se com a cena de laboratórios independentes de cinema analógico, performando com múltiplos projetores de 16mm e programando exibições de filmes experimentais.
Seus curtas-metragens, enraizados no jogo entre o familiar e o fantástico, receberam reconhecimento internacional, incluindo no Festival de Locarno, onde seu filme de 2018, Heart of Hunger, venceu o Prêmio Pardino d’Argento. Desde então, seu trabalho foi apresentado em importantes espaços e festivais, como o British Film Institute, EYE Filmmuseum, FID Marseille, BAFICI, Rotterdam e Pesaro, entre outros. Atualmente, trabalha em seu primeiro longa-metragem. Tragédia terá sua estreia mundial em Rotterdam e, posteriormente, será exibido na Semana da Crítica do Festival de Berlim.