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Cultos africanos são alvos constantes de ataques e intolerância religiosa

A intolerância religiosa contra as matrizes africanas foi um dos assuntos mais comentados nos últimos meses em virtude de quatro ocasiões: participantes do BBB23 demonizaram a religião de Fred Nicácio e rezaram na tentativa de combatê-la. Uma mulher, a sogra dela e as filhas, de 8 e 13 anos, foram impedidas de entrar em um carro de aplicativo por estarem vestidas com trajes religiosos, o caso aconteceu no centro de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. As declarações preconceituosas proferidas pelo Coach Paulo Vieira que chegou a se manifestar negando suas falas. E, mais atual, a prisão de um homem no Distrito Federal que durante um ritual macabro matou, carbonizou e bebeu sangue da vítima de 33 anos. Este último caso fez com que adeptos da umbanda e candomblé fossem duramente atacados.

Segundo Pai Paulo de Ayrá, líder religioso e espiritual que atua na preservação das tradições religiosas afro-brasileiras Candomblé e Umbanda, sofreu seus primeiros ataques como pai de santo no seio familiar. “Minha religião por ser afro, muitas vezes é mal-vista. É uma pena que nossos maiores perseguidores são os que mais se dizem seguidores de Jesus. Hoje, os terreiros sofrem por conta de vizinhos intolerantes, falta de políticas públicas e representação política”, explica.

Pai Paulo se diz surpreso com as declarações feitas pelo Coach Paulo Vieira, além de ser admirador do trabalho de Paulo, foi aluno do Método CIS. “Admirei-me com a informação que ele demonstrou intolerância religiosa com os praticantes das religiões de matrizes afro-brasileiras. O que é uma pena, pois o próprio Jesus ensina a amar as pessoas assim como ele nos amou, ou seja, para mim, se Jesus viesse nos dias de hoje, ele abraçaria a todos sem ver diferenças”, destaca.

Já em relação aos rituais de sangue, o líder espiritual pontua que se buscarem um pouco de conhecimento sobre a umbanda, verão que é uma religião de amor e caridade. “Nossos princípios enquanto sacerdotes de umbanda remetem a humildade, respeito e amor ao próximo. Infelizmente falsos sacerdotes sujam o nome de nossa amada religião divulgando trabalhos de destruição, matança de animais e pessoas para rituais totalmente fora de contexto da nossa religião e muitas pessoas associam e generalizam esses rituais com religiões afro-brasileiras”, completa.

De acordo com o Pai de Santo Paulo de Ayrá, o reconhecimento e endereçamento do tema é de extrema relevância no cenário atual, já que o Brasil, apesar da quantidade de cidadãos adeptos a muitas religiões, enfrenta desafios relacionados à intolerância religiosa e ao preconceito sendo importante não só a promoção à liberdade, como também o combate à intolerância. “É importante pontuar e esclarecer que existe lei punitiva e que se configura em crime qualquer discriminação às matrizes africanas ou religiões. A lei existe, mas, infelizmente, a impunidade propiciada pela nossa justiça ainda deixa impune esses criminosos”, pontua.

Pai Paulo de Ayrá é bastante respeitado no meio das religiões que cultua e mantém o maior terreiro de umbanda do Brasil no município do Eusébio, onde em suas reuniões chegam mais de 500 pessoas buscando ajuda espiritual.

O líder espiritual afirma que essas condutas de praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de religião devem ser denunciadas, já que a violência contra quaisquer manifestações ou práticas religiosas estão sujeitas às penas definidas na lei. “Se nos calarmos sempre seremos vítimas. Temos que ser resistências e buscar nossos direitos. Eu acredito que estamos entrando em uma nova era de amadurecimento espiritual, onde todos vão entender que Deus é amor e que onde se fala a palavra de Deus lá ele estará” – completa.

Para Paulo de Ayrá, a comunidade de terreiro deve se unir para buscar políticas sociais de inclusão e cobrar para a lei ser aplicada. “As pessoas devem buscar sentir mais Jesus e tudo que ele ensinou. Ele deu a vida pelo pecador e não pelos santos. Jesus é amor e só sobre o amor que ele nos ensinou. Falta muita informação e os meios de comunicação devem dar sempre voz as minorias”, conclui

By Jordan Vall

É Jornalista, com uma maior atuação na cultura e entretenimento. Deu início a sua carreira na televisão na TV Unifor, como produtor, repórter e apresentador do principal jornal da emissora universitária. O profissional já foi produtor e comentarista de um quadro do Programa Matina, na TV União. No “Deu O Que Falar”, quadro semanal da emissora aberta, comentava sobre o mundo dos famosos, levava pautas relevantes para a sociedade, através das notícias das celebridades. Foi durante 2 anos, produtor, diretor e repórter na TV Otimista e atualmente é assessor de comunicação, CEO na Assertiva Comunicação e Colunista do Portal Conexão Magazine (Portal de Notícias no Rio de Janeiro). Como amante da moda, foi convidado para ser jurado da 6ª edição do Salão de Moda Ceará. Além de todas essas atuações, Jordan é CEO/Fundador e repórter no In Fluxo Portal, tratando de pautas culturais, cobertura de eventos e muito mais. O profissional também atua como modelo e influenciador digital. Instagram: @jordan_vall / contato comercial: jordanvall@influxoportal.com

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