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    Aumento de doenças sexualmente transmissíveis entre jovens

    O IBGE divulgou recentemente uma pesquisa onde revelou que os jovens estão se protegendo menos nas relações sexuais, o uso de preservativo caiu 13,5% em 10 anos, isso em adolescentes que estão no nono ano do Ensino Fundamental, de 2009 a 2019 o percentual de escolares que usaram camisinhas na última relação sexual caiu de 72,5% para 59%, entre as meninas caiu de 69,1% para 53,5%, entre os meninos de 74,1% para 62,8%.

    O que também mudou foi o percentual de estudantes que já tiveram relações sexuais, passou de 27,9% em 2009 para 28,5% em 2019. No entanto, para os meninos, a proporção diminuiu de 40,2% para 34,6%, enquanto para as meninas a proporção aumentou, de 16,9% para 22,6%, e quando batemos os números, notamos que as meninas começaram a ter mais relações sexuais, porém são elas que menos se protegem.

    Junto com esses dados, temos um aumento de sífilis no país, em 2016 chegou a ser alçada a uma epidemia nacional, segundo os dados do Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, entre 2010 e 2020 o número de casos confirmados no Brasil saltou de 3.936 para 115.371, um valor 29 vezes maior.

    Por que isso está acontecendo? Falta de informação! Algumas semanas atrás notei nas redes sociais uma discussão sobre um caso de um casal que quando foi ter sua primeira relação sexual usou duas camisinhas para evitar a gravidez, já que a menina tinha muito medo de engravidar, resultado: hoje eles são pais.

    Não julgo a veracidade da história, mas sim as respostas que vieram com ela, muitos jovens dizendo que deveriam ter usado três em vez de duas, outros que não acreditavam nessa história de que engravidaram com dois preservativos, outros dizendo que é muito difícil uma camisinha estourar. Resolvi fazer uma enquete nas minhas redes sociais perguntando se as pessoas sabem que não se pode usar dois preservativos de uma vez, e tive uma surpresa, 32% de minha audiência não tinham essa informação.

    Isso é um tema que deve ser abordado em uma aula de educação sexual, precisamos ter mais conteúdos relacionados a isso na televisão, de mais preservativos distribuídos em diversos lugares. Onde estão as campanhas do Governo que falavam sobre o assunto? Você notou o quanto isso diminuiu?

    Essa diminuição de campanha não vem de hoje, tanto que vemos isso nos números da pesquisa do IBGE, mas ela coincide com uma onda de falso puritanismo, onde pessoas jogam um número enorme de fake news sobre o assunto. Lembram do KIT GAY que diziam que seria distribuído nas escolas?

    Isso veio antes do governo atual, mas desde que o novo governo começou, convivemos com o posicionamento de Damares Alves como Ministra e a bandeira dela para combater as doenças sexualmente transmissíveis e gravidez na adolescência, era defender a abstinência sexual. Muitos pais também diziam e ainda dizem que são contra a educação sexual nas escolas, pois acreditam que isso incentivaria as crianças a terem suas primeiras relações.

    Com os novos dados dá para entender que a falta de informação não faz com que as relações sexuais entre os adolescentes não aconteça, o que deixa claro é que eles não têm qualquer parâmetro para essa escolha, inclusive por decidirem esperar mais tempo ou não. E também não sabem como se prevenir e a importância desta prevenção, tanto para as doenças quanto para a gravidez indesejada.

    Minha audiência nas redes sociais conta com a maioria de pessoas que tem acima de 25 anos, muitas são mães e muitos são pais, não tem como a gente esperar que seja dentro de casa que o aprendizado venha de dentro de casa, nem os culpo por isso, porque a maioria também não teve isso quando era criança, nem com seus pais e nem nas escolas.

    Com a falta de aulas de educação sexual e campanhas do governo, além de termos o aumento das doenças, isso faz com que sobrecarregue a saúde pública. Com a gravidez indesejada também temos um empobrecimento das mulheres que acabam por largar os seus estudos, teremos um aumento no número de pessoas não capacitadas chegando ao mercado de trabalho, precisaríamos de mais creches públicas para que essas mulheres possam deixar seus filhos para trabalhar e isso nos mostra ainda mais o tamanho desse problema e o tamanho do impacto que essa anulação dos últimos anos está causando e vai causar para os jovens.

    Esse ano é um ano muito importante, estamos em período de eleições e precisamos ver quem são as candidatas e candidatos que abordam esses temas em seus planos de governo. 

    Tapar o sol com a peneira não adianta, é urgente que tenhamos educação sexual nas escolas , seja para possíveis abusos ou para quando resolverem ter suas primeiras relações, para que as meninas possam optar pela melhor forma de se protegerem, para escolherem o melhor método contraceptivo. Conseguem ver as ligações desses assuntos e o quanto isso é importante para escolhermos nossos representantes em outubro?

    By Redação

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