No próximo dia 08 de julho celebra-se o Dia Mundial da Alergia. O objetivo é promover a conscientização sobre a prevalência e a seriedade das alergias, e uma das mais comuns é a Alergia Alimentar, que afeta milhões de pessoas ao redor do mundo, podendo causar reações que variam de leves, como rouquidão, até a anafilaxia, uma reação grave que é potencialmente fatal.
No Brasil, dados da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia mostram que entre 6% e 8% das crianças, menores de 3 anos, e 3% dos adultos sofrem de alergias alimentares. Mais de 120 alimentos podem causar alergia, entre eles os mais comuns são leite de vaca, ovo, soja, trigo, peixe e crustáceos.
“A predisposição genética é um fator importante, com 50% a 70% dos pacientes com alergia alimentar apresentando histórico familiar. Como médico nutrólogo, penso ser relevante destacar essa data, bem como fornecer orientações sobre cuidados e riscos associados”, ressalta o Prof. Dr. Durval Ribas Filho, médico nutrólogo, Fellow da Obesity Society FTOS – USA e presidente da ABRAN (Associação Brasileira de Nutrologia).
Como identificar e os cuidados
As alergias alimentares se manifestam com inchaço ou coceira nos lábios, vômitos, diarreia, distensão abdominal e, ainda, em alguns casos extremos, pode provocar o fechamento da glote. O diagnóstico é essencial. “É crucial procurar um médico para que possam ser feitos testes cutâneos e exames de sangue que ajudam a identificar alimentos desencadeantes”, explica o Prof. Dr. Durval Ribas Filho.
Algumas práticas podem ajudar a minimizar os riscos de exposição a alérgenos e prevenir reações graves, tais como:
Atenção aos rótulos: Quem tem alergia alimentar deve sempre ler os rótulos dos produtos para evitar ingestão acidental de alérgenos. Por isso, é fundamental que os fabricantes de alimentos forneçam informações claras e precisas sobre os ingredientes.
A preparação dos pratos: Muito cuidado na contaminação cruzada ao preparar alimentos em casa. Sempre utilizar utensílios, superfícies e panelas separadas para cozinhar. Lavar as mãos antes de manipular os alimentos também é importante para evitar transferir alérgenos.
Alimentação fora de casa: Perguntar sempre aos funcionários do restaurante sobre os ingredientes dos pratos, informando sobre sua condição alérgica.
Plano de Emergências: Um plano de ações é indispensável para os que sofrem desse mal. Por isso, deve-se reconhecer os sinais de uma reação alérgica e ter um auto-injetor de epinefrina sempre à mão, quando prescrito pelo médico.
Cuidado redobrado com crianças: Médicos e pais devem ensinar as crianças a evitarem os alimentos que causam alergias, quando diagnosticadas. Importante que os pequenos compreendam que não devem compartilhar alimentos na escola ou em outros ambientes sociais. Os professores e funcionários das instituições de ensino devem estar cientes sobre as alergias da criança, para elaboração de um plano de ação para emergências.
“A data também é uma chance para informar as pessoas que devem sempre buscar fontes confiáveis, como os sites de associações de alergia, para obter informações, além da consulta aos especialistas que tratam essa patologia, entre eles, o nutrólogo, o gastroenterologista e o alergologista”, finaliza o presidente da ABRAN.