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A vitrinização da identidade nacional por meio da moda no Oscar

Na campanha de “Ainda Estou Aqui” para o Oscar, em cada aparição a atriz Fernanda Torres desfilou um novo vestido ou combinação de peças minimalistas que foram analisadas pelos fãs do filme e pela imprensa, de modo que uma das maiores expectativas, para além, da conquista do Oscar, gira em torno da sua vestimenta escolhida para usar na cerimônia do prêmio, marcada para o domingo, 2 de março de 2025. Neste ano, a suposta disputa está entre Chanel, Dior, The Row, Bottega e outros. 

Vê-se um movimento de alguns fãs brasileiros à espera da atriz usar um modelo assinado por um brasileiro. Em setembro de 2024, Fernanda usou um vestido azul estilizado pelo Brasileiro Alexandre Herchcovitch, em Veneza, do qual o longa saiu com o prêmio de melhor roteiro. No Festival de Toronto, no mesmo mês, apareceu de vestido preto do brasileiro Reinaldo Lourenço.

No entanto, a partir da vitrinização do filme “Ainda Estou Aqui”, o estilo da atriz se voltou totalmente para marcas internacionais, famosas no mundo todo, seja por quem compra moda de luxo, seja por quem só deseja. As grifes, claro, quiseram se associar a uma atriz de carreira sólida, premiada, que fala várias línguas, escreve livros e não teme discutir a ditadura militar em entrevistas, indicando que apreciam vestir uma profissional também reconhecida por seu intelecto.

Desse modo, observa-se um movimento bastante interessante sobre a cultura e a moda nacional. Assim como o cinema, moda é construção de imagem, e os looks da artista nas premiações e jantares, montados pelo stylist Antonio Frajado, transmitem uma mensagem não verbal tão poderosa para os fotógrafos quanto a atuação. No mais, Torres compreende que para atrair atenção do mundo para o Brasil precisa internacionalizar-se e, portanto, ceder ao uso de peças internacionais neste momento. Associo isso ao movimento da brasilidade versus estrangeirismo em relação ao termo Fashion Law e Direito da Moda. 

Em meu livro: impactos sociais, ambientais e econômicos da pirataria na indústria da Moda, defendo que: quando estivermos dialogando com nossos locais, o público nacional, precisamos valorizar nossos símbolos e prioriza-los. Entretanto, quando quisermos expandir os acessos dos nossos produtos é imprescindível dialogarmos com a globalização. Portanto, se Fernanda vestir um vestido de grife internacional estará ainda assim elevando nossa cultura: Primeiro, por ser uma atriz brasileira, protagonizar um filme nacional e elevá-lo a tal categoria de concorrência. Segundo, por compreender que a moda é uma linguagem mundial e, consequentemente, estará chamando atenção do mundo todo para suas roupas, o filme e a história do seu país. Por fim, sem perceber o filme protagoniza o reconhecimento da potência nacional que aos poucos vai ganhando força e, assim, poderá elevar nossos produtos. Afinal, basta verificarmos o exemplo norte-americano de vender seus símbolos ao mundo por meio do cinema

Artigo escrito por Dayane Nayara Alves Colaço, Advogada, Coordenadora Interina da Pós em Fashion Law da FASM-SP. Especialista em Direito da Moda pela FASM-SP e extensão na UERJ.

Fontes: Folha de São Paulo, hylentino e Livro Impactos Sociais, ambientais e Econômicos da Pirataria na Indústria da Moda

By Redação

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