A implementação da energia eólica offshore, produzida por meio da força dos ventos em alto mar, irá impulsionar uma ampla gama de setores industriais no Brasil, criando oportunidades de crescimento, inovação e competitividade. “Esse desenvolvimento não apenas aumentará a produção de energia renovável, mas também fortalecerá cadeias produtivas estratégicas, gerando empregos qualificados e fomentando a industrialização em diversas regiões do país”, é o que aponta o presidente da Energo Soluções em Energias, Adão Linhares.
Para Adão, fundador e primeiro presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica) – a entidade existe desde 2022 -, o crescimento da energia eólica offshore no Brasil representa uma oportunidade única para a reindustrialização do país, fortalecendo setores estratégicos e ampliando a competitividade da indústria nacional. “Com investimentos adequados e uma política de incentivo bem estruturada, o Brasil pode se tornar um líder global na indústria offshore, impulsionando a geração de empregos qualificados e consolidando sua posição no mercado de energia renovável”, destaca Adão.
No setor metalúrgico e siderúrgico, por exemplo, o especialista destaca que a fabricação de torres, fundações e suportes estruturais para turbinas eólicas offshore exige grandes volumes de aço e ligas metálicas resistentes à corrosão marinha. “A demanda por esses materiais impulsiona a indústria siderúrgica nacional, incentivando investimentos em modernização e ampliação da capacidade produtiva”, explica. Ele ressalta que no âmbito da construção naval e indústria offshore, a instalação e manutenção de parques eólicos offshore necessitam de embarcações especializadas, como navios de instalação, operação e suporte. “Estaleiros brasileiros poderão adaptar sua capacidade produtiva para atender essa demanda, revitalizando o setor naval e criando oportunidades de negócios”, diz.
Outra seara de oportunidades, segundo Adão, é a de logística e transporte marítimo. “A movimentação e instalação de grandes componentes eólicos, como pás e torres, irão exigir uma infraestrutura logística robusta. Já a adaptação e modernização de portos estratégicos no Nordeste e Sudeste permitirão que o Brasil tenha hubs logísticos capazes de atender à indústria offshore com eficiência”, destaca.
No tocante à eletrônica e automação industrial, Adão Linhares considera que “a operação e manutenção de turbinas eólicas offshore exigem tecnologia avançada de monitoramento, sensores e automação, para garantir o funcionamento otimizado das usinas. O setor de eletrônica e automação terá novas oportunidades de fornecer sistemas inteligentes de monitoramento e controle remoto, aumentando a eficiência operacional dos parques offshore”.
Ainda segundo Adão, a integração entre energia eólica offshore e hidrogênio verde será uma das maiores oportunidades industriais do Brasil. “A produção de hidrogênio verde e seus derivados, como amônia e metanol, irá impulsionar novos investimentos em eletrólise, armazenamento e transporte, criando um mercado interno sólido e tornando o Brasil um potencial exportador global de combustíveis renováveis”, conclui.