Por Clube Tanato*
Passar pelo luto não é uma situação simples para os adultos, imaginem passar por este processo quando ainda somos crianças? Os familiares, muitas vezes, não conseguem encontrar as palavras, atitudes, além de não terem acesso às devidas orientações de profissionais qualificados para orientar os familiares sobre como proceder diante de uma perda, seja ela inesperada ou não.
Atualmente a criança não participa dos rituais de morte sob a perspectiva de proteção. Para que a criança não sofra, os adultos acabam supervalorizando os ganhos e as perdas são, muitas vezes, negadas. O brinquedo quebrado, o animal de estimação que faleceu ou o amigo que muda de cidade, a morte de alguém. Todos estes rituais são colocados de lado sob a perspectiva de proteção.
Para a psicanalista e coordenadora do Clube Tanato, Natália Pinto, os adultos não sabem como falar com as crianças sobre a morte e indicam que é algo que elas precisam estar protegidas, alegando que é algo que as crianças não conseguem lidar. ‘É importante falar que não conseguimos contabilizar a dor, pois ela é singular e subjetiva, no entanto, é um processo que não podemos negar, pois a morte é a única situação que não podemos evitar”, alerta.
Alguns autores afirmam que os profissionais que lidam com as crianças, deveriam ter a preocupação de falar sobre a morte com ela, mas o adulto tenta afastá-la magicamente procurando minimizar o significado que a morte tem no crescimento cognitivo da criança, contribuindo para a sua formação emocional, social e espiritual. “Os adultos costumam dizer que a morte não é assunto para as crianças porque é algo triste, mas na verdade, nós não sabemos como abordar o tema com as crianças. Para nos protegermos da nossa própria insegurança e ignorância”, reforça a psicanalista