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    Jogos Brasileiros incentivam prática do esporte entre atletas transplantados em Curitiba (PR)

    Receber um transplante de órgão é ganhar uma nova chance para viver. Segundo dados do Ministério da Saúde, a espera por um transplante de córnea e rim ainda reúne o maior número de pacientes no Brasil e, de acordo com a Associação Brasileira de Transplantados (ABTx), quase 50 mil pessoas estão aguardando um transplante.

    Como forma de incentivar a doação de órgãos e a prática de atividades esportivas saudáveis, entre os dias 01º e 04 de setembro acontece a 2ª edição dos Jogos Brasileiros para Transplantados, em Curitiba (PR). Atletas do Brasil e da América Latina irão participar da competição, que é dividida em sete modalidades: atletismo, corrida de rua ou caminhada, ciclismo, natação, tênis, tênis de mesa e triathlon virtual.

    Realizado pela Secretaria Municipal do Esporte, Lazer e Juventude (Semlj), com acordo de cooperação técnica com a ABTx, entidade que dá apoio e orienta as pessoas que passaram por um transplante em todo o Brasil, a competição tem o objetivo de reunir pessoas transplantadas e ressaltar a importância da doação de órgãos.

    De acordo com Edson Arakari, presidente da ABTx, as expectativas para o evento é incentivar a prática da atividade física, como promoção de saúde e um meio importante na reinserção social e laboral do transplantando, além de chamar a atenção da população para a importância da doação de órgãos e tecidos no Brasil. “Durante o período dos II JBTx esperamos despertar e relembrar a população sobre a importância da doação de órgãos, para conversar com a família, pois somente ela será responsável pela decisão final em dizer o ‘sim’ para a doação e fazer valer o seu desejo”, afirma.

    Esporte ajudou a superar a insuficiência renal

    Aos 33 anos, o maior desejo de Luciane de Lima era voltar a beber um copo de suco de laranja de 300 ml. A advogada nunca havia tido problemas de saúde, mas começou a sentir mal-estar, dores de cabeça, registrar lapsos de memória, dificuldade para ingerir líquidos, se alimentar, entre outros sintomas. Sua função renal era de 15% e, após sete meses e meio de hemodiálise, ela saiu desse quadro de ansiedade e incerteza graças a um transplante.

    Após se recuperar da insuficiência renal, Luciane ressignificou sua relação com a atividade física. Ela se exercitava de maneira descompromissada, mas inspirou-se em outras pessoas e entrou em um grupo de corrida. Posteriormente, adicionou exercícios de fortalecimento, natação e bicicleta e começou a participar de competições. Nos IX Jogos Latino Americanos para Transplantados em 2018, realizados na Argentina, a advogada conquistou o segundo e terceiro lugar em diferentes categorias de corrida.

    O sucesso se manteve nos eventos seguintes e, em 2021, Luciane fundou a Liga dos Atletas Transplantados em conjunto com outros colegas, e neste ano é uma das atletas que irá competir nos Jogos Brasileiros, no Atletismo, nas provas de 100, 200 e 400 metros. 

    “A realização dos Jogos Brasileiros para Transplantados é de fundamental importância para conscientizar a população, já que estes eventos reúnem dezenas de pessoas transplantadas, presentes graças à doação. Os indivíduos que antes estavam adoecidos e sem expectativa de vida se apresentam saudáveis, podendo praticar provas de corrida, natação, ciclismo, tênis de mesa, triathlon, tênis de quadra e salto em distância. É importante saber que você é capaz de mudar a vida de alguém e, ao dizer sim, à doação esta transformação acontece”, acrescenta a atleta. Os membros da Liga terão uniformes patrocinados pela Biometrix Diagnóstica, uma das maiores apoiadoras de transplantes no Brasil.

    Sobre as provas

    As provas acontecem a partir das 8h do dia 2 de setembro, com ciclismo, seguindo para tênis e tênis de mesa, às 14h. No dia 03 estão programados natação, às 08h30, e atletismo, às 13h30. No dia 04, a corrida de rua está agendada para iniciar a partir das 08h.

    Os Jogos Brasileiros para Transplantados serão divididos em provas para adultos, juniores e para crianças. Os atletas da categoria infantil e júnior, de todos os tipos de transplantes, competirão pelas seguintes faixas etárias (sem separação por gênero): sub13 – até 13 anos (infantil), Sub17 – 14 a 17 anos (juniores). As modalidades de competição infantil são o Pentatlo Infantil (Circuito) composto por Lançamento de pelota (250g), Lançamento de dardo (dardo plástico sem ponta, adaptado – 70cm/300g), 50m rasos, Salto em distância e Corrida de agilidade (25m entre cones) e nado livre 25m. E as crianças até 13 anos também competem nos 25 m de nado livre.

    Para os juniores terá atletismo (100m, 200m, 400m e 800m), natação (livre 50m e 100m, peito 50m e 100m e costas 50m e 100m), tênis e tênis de mesa.

    Já os atletas adultos, independentemente do tipo de transplante, irão competir por gênero nas seguintes faixas etárias: 18-35, 36-49, + de 50 anos. Eles poderão optar por competir em até cinco provas nos Jogos. Na modalidade atletismo estão disponíveis: 100m, 200m, 400m e 800m. A Corrida de Rua ou Caminhada será de 5 km. O ciclismo será de 20 km. A natação terá as modalidades: Livre 50m, 100m e 400m, Peito 50m e 100m, Costas 50m e 100m. Tênis e tênis de mesa são apenas categorias simples. Já o triathlon virtual será composto pelas modalidades corrida, ciclismo e natação.

    As competições acontecem em diferentes locais de Curitiba, como a Universidade Federal do Paraná – Centro Politécnico (atletismo), Velódromo de Curitiba (ciclismo), Parque Náutico (corrida e caminhada), Clube da Gente Santa Felicidade (natação), Centro de Esportes e Lazer Xaxim (tênis) e Ginásio do Tarumã (tênis de mesa). Podem participar da competição adultos, adolescentes e crianças.

    A primeira edição dos Jogos Brasileiros de Transplantados aconteceu em 2019 e reuniu cerca de 60 atletas transplantados, de 07 a 73 anos de todas as regiões brasileiras. A competição também tem uma edição latino-americana e outra mundial e Curitiba foi a pioneira em um campeonato nacional. Em razão da pandemia, os Jogos ficaram dois anos suspensos e agora, em 2022, voltam a acontecer na capital paranaense. Mais informações sobre os Jogos Brasileiros de Transplantados, clique aqui

    Como ser doador de órgãos?  

    Para ser doador de órgãos no Brasil, é preciso comunicar a família, pois somente parentes podem autorizar a doação. A doação de órgãos e tecidos pode ocorrer após a constatação de morte encefálica, que é a interrupção irreversível das funções cerebrais, ou em vida. Um único doador pode salvar mais de dez pessoas doando órgãos e tecidos, como córneas, coração, fígado, pulmão, rins, pâncreas, ossos, vasos sanguíneos, pele, tendões e cartilagem. Além de avisar a família, o interessado na doação de órgãos pode fazer o cadastro no site www.adote.org.br/register.

    De acordo com a ADOTE, o doador em vida deve ter mais de 21 anos e boas condições de saúde. A doação ocorre somente se o transplante não comprometer suas aptidões vitais. Rim, medula óssea e parte do fígado ou pulmão podem ser doados entre cônjuges ou parentes de até quarto grau com compatibilidade sanguínea. No caso de não familiares, a doação só ocorre mediante autorização judicial.

    E de medula óssea? 

    Em se tratando da doação de medula óssea, o interessado precisa ter entre 18 e 35 anos e pode ir a um Hemocentro (existem 137 em vários estados do Brasil, segundo o Ministério da Saúde), coletar uma amostra de sangue (apenas 10 ml), preencher os dados cadastrais e se colocar à disposição para ser chamado no caso de surgir um receptor compatível.

    By Jordan Vall

    É Jornalista, com uma maior atuação na cultura e entretenimento. Deu início a sua carreira na televisão na TV Unifor, como produtor, repórter e apresentador do principal jornal da emissora universitária. O profissional já foi produtor e comentarista de um quadro do Programa Matina, na TV União. No “Deu O Que Falar”, quadro semanal da emissora aberta, comentava sobre o mundo dos famosos, levava pautas relevantes para a sociedade, através das notícias das celebridades. Foi durante 2 anos, produtor, diretor e repórter na TV Otimista e atualmente é assessor de comunicação, CEO na Assertiva Comunicação e Colunista do Portal Conexão Magazine (Portal de Notícias no Rio de Janeiro). Como amante da moda, foi convidado para ser jurado da 6ª edição do Salão de Moda Ceará. Além de todas essas atuações, Jordan é CEO/Fundador e repórter no In Fluxo Portal, tratando de pautas culturais, cobertura de eventos e muito mais. O profissional também atua como modelo e influenciador digital.Instagram: @jordan_vall / contato comercial: jordanvall@influxoportal.com

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