Hoje, 21 de agosto de 2022, é considerado o dia Internacional da Moda, embora não se tenha de fato uma origem exata para tal celebração. No entanto, convencionou-se elencar a referida data como um dia simbólico para celebrar a Moda.
Destaque-se que a Moda está presente desde os primórdios da humanidade, sobretudo, quando o ser humano percebeu a necessidade de se proteger do frio e da chuva e, ao mesmo tempo, da vergonha como foi o caso de Adão e Eva no Jardim do Éden.
Conceituar Moda é uma tarefa difícil, contudo, necessária, pois a palavra é utilizada em distintos contextos, principalmente, porque não está atrelada somente ao universo do vestuário, mas, também, está conecta ao comportamento humano , o qual se reflete e se perfaz nas profissões, nas músicas, nos livros, nos esportes, nos romances, na política, dentre tantos exemplos que podem ser incluídos nesse termo.
Portanto, a Moda funciona como um termômetro dos novos costumes e desejos de uma sociedade, justamente porque esta transcende a ideia de que o ser humano tem de si mesmo, o que a torna análoga a tudo que é variável no tempo.
Assim, a Moda é um objeto de estudo, o qual atrai atenção de vários campos do conhecimento. O filósofo francês Ronald Barthes , afirma que a Moda “é um fato completo em cujo estudo se recorre ao mesmo tempo à história, à economia, à etnologia e a linguística”.
Atualmente, no Brasil, o setor têxtil e da Moda-é o segundo da indústria de transformação que mais emprega no país, responsável por 1, 5 milhão de empregos direitos e 8 milhões indiretos segundo a atualização de 2020 da ABIT-Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção.
Por fim, é importante entender a força de espírito do tempo (ZEITGEIST) da Moda, vez que este fenômeno tão complexo, não diz mais respeito, apenas, às roupas, mas a todas as searas e espaços da vida humana em sociedade, desde a política, a economia, a vida privada e as relações sociais.
Referências
BRAGA, João. História da Moda: Uma narrativa. São Paulo: D livros, 2012, p.45.
ALVES, Dayane Nayara. Impactos Sociais e Econômicos da Pirataria na Indústria da Moda. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2021, p.29.
POCI, Bárbara Valle. Inovação, estudos e pesquisas: reflexões para o universo têxtil e de confecção. São Paulo: Estação das Letras e Cores, 2015. 2 v. p. 55.
LIPOTVESTKI, Gilles. O império do efêmero: a moda e seu destino nas sociedades modernas. Tradução: Maria Lúcia Machado. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.
Por: Dayane Nayara
Advogada. Vice-presidente da Comissão de Direito da Indústria e Comércio da Moda da OAB-CE. Coordenadora da linha de Pesquisa Direito, Moda e Sustentabilidade do Grupo Dialogo Ambiental, Constitucional e Internacional vinculado ao CNPq-Unifor. Mestra em Direito Econômico e Desenvolvimento pela UCAM-RJ. Especialista em Direito da Moda pela FASM-SP e Extensão em Fashion Law pela UERJ.