São muitos os benefícios que as brincadeiras ao ar livre, na natureza, trazem para a saúde, o bem-estar e o desenvolvimento integral de crianças e jovens. Para incentivar o brincar livre com elementos naturais, mesmo nas grandes cidades, promovendo o convívio e o lazer, o programa Criança e Natureza, do Instituto Alana, elaborou o informativo “Parques Naturalizados: paisagens para o brincar natural”.
Parque naturalizado é um conceito que propõe a utilização de elementos como troncos, galhos e a própria topografia e vegetação dos terrenos para criar lugares mais atraentes e desafiantes para as crianças, e ampliar a rede de áreas verdes urbanas.Eles podem ser criados tanto em espaços públicos, aproveitando áreas abandonadas, como em terrenos privados, de escolas, clubes ou condomínios. São áreas multifuncionais e com menor custo de instalação, já que reaproveitam materiais existentes do próprio território, como podas de árvores.
Os brinquedos e mobiliários encorajam experiências sensoriais e motoras que estimulam a criatividade, tanto para bebês quanto para crianças com e sem deficiência, de todas as idades. Esses espaços, quando montados em terrenos antes abandonados, trazem mais verde e lugares de convívio para as cidades.
O microparque naturalizado Seu Zequinha, implementado em Fortaleza (CE), por exemplo, recuperou uma grande área antes degradada. A estratégia foi elaborada dentro da rede Urban 95, da Fundação Bernard Van Leer no Brasil, em parceria com o Instituto Cidades Sustentáveis, e teve o apoio técnico do Jardins das Brincadeiras e do programa Criança e Natureza, do Instituto Alana. Os parques naturalizados podem ser realizados em um sistema híbrido de compromisso entre a comunidade e a gestão pública, com o apoio das secretarias de urbanismo e meio ambiente dos municípios.
“Os parques naturalizados são sistemas vivos e em transformação, que podem e devem conter as marcas e vestígios das atividades e desejos das crianças, ao mesmo tempo em que têm seus equipamentos e paisagens cuidados e mantidos. São espaços repletos de possibilidades de interação, exploração e criação, que incentivam o brincar livre, a convivência, o vínculo entre as famílias, a cidade e seus espaços públicos, com a natureza e o prazer de estar a céu aberto, incentivando a valorização das áreas verdes, a saúde e o bem-estar da comunidade”, avalia JP Amaral, coordenador do programa Criança e Natureza, do Instituto Alana.