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Nos últimos anos, o Brasil tem testemunhado um aumento notável no número de adoções realizadas por casais homoafetivos, refletindo uma mudança significativa nas percepções sociais e legais em relação à diversidade familiar. Após o STF ter autorizado, em 2015, casais homoafetivos a se habilitarem para a adoção, o número geral de adoções aumentou 113% nos últimos quatro anos.
Esse crescimento é atribuído a uma série de fatores, incluindo uma maior aceitação da diversidade e o reconhecimento legal dos direitos desses casais. Com decisões judiciais e legislações mais inclusivas, os casais homoafetivos encontram menos barreiras para iniciar o processo de adoção, o que tem contribuído para o aumento dessas adoções em todo o país. Isso reflete no atual cenário brasileiro. Segundo a Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-BR), 50.838 crianças foram registradas por casais homoafetivos no Brasil entre os anos de 2021 e 2023.
Além disso, organizações não governamentais e movimentos sociais têm desempenhado um papel crucial ao promover a conscientização sobre a capacidade e o desejo desses casais de oferecer um lar amoroso e estável para crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade. Esforços para combater o preconceito e disseminar informações corretas sobre famílias homoafetivas têm sido fundamentais nesse processo.
Juristas do Brasil, Angola e Moçambique se encontrarão em Salvador para discutirem o reconhecimento, a representação, a participação e a inclusão das diversas famílias no debate jurídico, no 5º Congresso Baiano de Direito das Famílias e Sucessões e o 1º Encontro Nordestino de Direito das Famílias e Sucessões, nos dias 24, 25 e 26 de abril, organizado pelo Instituto Brasileiro de Direito de Família (IBDFAM/BA).
Apesar desse progresso, ainda há desafios pela frente. Alguns casais homoafetivos enfrentam resistência e discriminação durante o processo de adoção, especialmente em regiões mais conservadoras do país. Garantir que todos os casais tenham acesso igualitário ao processo de adoção, independentemente da orientação sexual, continua sendo uma prioridade para muitos defensores dos direitos humanos.
No entanto, o aumento das adoções por casais homoafetivos representa não apenas uma conquista para a comunidade LGBTQIA+, mas também um avanço significativo em direção a uma sociedade mais inclusiva e justa. À medida que mais casais do mesmo sexo encontram apoio e oportunidades para formar famílias, o Brasil testemunha uma transformação profunda em suas estruturas familiares e sociais, destaca Fernanda Barretto, presidente do IBDFAM/BA.