Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), cerca de 3% dos brasileiros sofrem de fibromialgia e, ao contrário da artrose ou artrite reumatoide, que apresentam deformidades e inflamações, seu diagnóstico é mais difícil e não tem cura. De cada 10 diagnósticos, 9 são em mulheres.
A fibromialgia é uma síndrome dolorosa difusa que aumenta a sensibilidade à dor. É como se o cérebro interpretasse os estímulos de forma exagerada, causando uma dor sem que necessariamente o paciente tenha uma lesão no corpo. Trata-se de um cérebro disfuncional.
Sintomas mais comuns:
- Dor no corpo difusa, tanto espontânea quanto ao toque
- Cansaço e fadiga
- Alterações no sono (insônia)
- Formigamentos
- Dor de cabeça
- Falta de memória e dificuldade de concentração – “cérebro em nevoeiro”
- Ansiedade e depressão
Para que o tratamento da fibromialgia seja bem-sucedido, é imprescindível que o paciente compreenda melhor sua doença. Em muitas ocasiões, é necessário esclarecer as dúvidas não só do paciente, mas também de seus familiares, para que o compreendam melhor e possam oferecer o apoio necessário, pois frequentemente a veracidade dos sintomas é questionada pelos familiares e pessoas próximas ao paciente.
Desta forma, o médico especialista em dor pode tranquilizá-lo ao assegurar-lhe que seus sintomas são reais e não fruto de sua imaginação, e também não são consequências de uma doença mais grave.
✅ Tratamento de maior evidência: atividade física
Como os exercícios físicos agem?
- Liberam no sistema nervoso central e periférico endorfina e neurotransmissores que têm ação analgésica (serotonina e noradrenalina), diminuindo a dor.
- Liberam hormônio do crescimento, que melhora o sono e protege os músculos.
- Distraem e fazem o paciente esquecer a dor.
- Melhoram o estado de humor, ansiedade e a depressão.
Em geral, o paciente tem a liberdade de escolher aquela na qual se ajusta melhor. A preferência deve ser dada a atividades aeróbicas, como andar, nadar, mas a hidroginástica, alongamento ou fortalecimento muscular devem ser apoiados, pois algum benefício com essas modalidades de atividade física também é observado.
✅ Psicoterapia e acompanhamento psicológico
O sofrimento faz parte dessa doença. Saber lidar com algumas restrições e conflitos emocionais é fundamental para melhora do seu bem-estar. Redução do estresse e ansiedade diminui a tensão muscular e dor.
✅ Tratamentos medicamentosos, não medicamentosos (fisioterapia, acupuntura e meditação), terapia canabinoide e terapias injetáveis são possíveis e podem trazer qualidade de vida, melhora do sono e bem-estar. Procure um médico especialista em dor.
Dr. Luiz Severo é neurocirurgião especialista no tratamento avançado da dor crônica. É coordenador do Centro Paraibano de Dor (Cepdor), professor de pós-graduação em medicina da dor da Unifacisa e membro do programa de Jovens Lideranças Médicas da Academia Nacional de Medicina.