A campanha Janeiro Branco se dedica à construção de uma cultura de cuidados com a saúde mental. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), diversos fatores trazer problemas nesse sentido, entre eles: rápidas mudanças sociais, condições de trabalho estressantes, discriminação de gênero, exclusão social, estilo de vida não saudável, violência e violação dos direitos humanos. A Casa de Cuidados do Ceará (CCC), equipamento da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), promove diversos projetos de humanização que trazem benefícios à saúde mental dos pacientes do equipamento. Conheça mais sobre eles:
Pôr-do-sol
A luz do sol desempenha um papel importante na produção da vitamina D que vai atuar no metabolismo osteomuscular e em outras funções hormonais no organismo, principalmente dos idosos. Outros benefícios são a melhora da qualidade do sono, do humor ou de uma possível desorientação. Por isso, semanalmente, a equipe de saúde leva pacientes a fazerem atividades de fisioterapia voltadas para reabilitação e coordenação motora com a vista de um belo pôr-do-sol.
Os pacientes fazem as atividades em grupo, o que contribui para a socialização e melhoria da qualidade de vida. “Entendemos que é um espaço diferente que proporciona mais estímulos, além de sair um pouco do atendimento tradicional trazendo benefícios para a saúde física e mental”, explica Aryadne Marques, coordenadora de fisioterapia da CCC.
Da Casa ao Mar
Outro projeto que envolve a luz solar é o “Da Casa ao Mar”. Nele, os pacientes são contemplados com um banho de mar. “O programa visa proporcionar a construção de experiências significativas, restaurar o potencial criativo, promover melhoria na qualidade das relações de socialização, favorecer o reconhecimento da autoimagem, auxiliar no enfrentamento da hospitalização e oferecer suporte para compreensão do processo saúde-doença e qualidade de vida”, afirma Leonardo Rodrigues, médico da CCC.
A luz solar estimula a produção de endorfinas, que são os analgésicos naturais do corpo. Tais substâncias ajudam a reduzir o estresse e a ansiedade, além de melhorar o humor e qualidade do sono. “O projeto também proporciona que o paciente saia do seu leito e relembre da rotina fora da internação, mostrando a vida como ela é, proporcionando um retorno à realidade e com um cuidado centrado no paciente, o que é muito signitificativo”, relata Ariana Matias, psicóloga da CCC.
Sensações
O Projeto Sensações tem a proposta de proporcionar aos pacientes sensações de prazer, nostalgia e alegria através das memórias ocasionadas pelo paladar. É voltado aos pacientes em processo de reabilitação fonoaudiológica que estão se alimentando de forma oral ou por dieta mista (sonda + via oral).
Durante a ação, o paciente degusta uma refeição saudável com valor sentimental de forma assistida pela equipe de saúde e cuidadores. “O hábito de se alimentar vai muito além da contagem de calorias, envolve a questão afetiva e emocional, como aquela comida que remete à infância ou alguma lembrança especial, trazendo alegria e sensação de bem-estar pelo sabor do alimento e pela memória proporcionada”, explica Kelly Sales, nutricionista da Casa.
Uma alimentação saudável também traz benefícios no bem-estar mental e psicológico, podendo ajudar na recuperação, prevenção e tratamento de transtornos, como ansiedade e depressão. “Por isso a importância de um acompanhamento com um nutricionista para uma alimentação adequada”, complementa a profissional.
Cine Pipoca
Assistir a um bom filme é considerado um momento terapêutico. Diante disso, a CCC promove sessões de cinema semanalmente aos pacientes internados. “Essa iniciativa promove acesso à cultura e ao lazer. Além da socialização, também trabalhamos o ensinamento trazido pelo filme, proporcionando inclusão e acolhimento aos pacientes”, explica a psicóloga da CCC, Ariana Matias.
“É um momento para relaxar, reduzindo o estresse e a ansiedade, além de promover integração entre os grupos de pacientes contemplados com a ação, sendo um atividade de valor social e emocional, proporcionando melhoria da qualidade de vida e uma quebra da rotina de uma pessoa internada”, acrescenta Hellany Gomes, também psicóloga.