O setor de eventos de cultura e entretenimento continua sendo o maior gerador de empregos no país, apontam os dados do IBGE e do Ministério do Trabalho e Previdência que constam do Radar Econômico, estudo realizado pela Associação Brasileira dos Promotores de Eventos – ABRAPE. No saldo acumulado entre janeiro e novembro de 2023, o segmento teve um crescimento de 55,8%, enquanto outras áreas como agropecuária (- 12,8%), serviços (-21,7%) e construção civil (-12,5%) registraram um decréscimo, comparado ao mesmo período do ano passado. A média nacional, envolvendo todas as atividades econômicas, foi de queda: – 23,7%.
O índice foi impulsionado pelo desempenho do core business do setor, que abrange atividades como organização de eventos; atividades artísticas, criativas e de espetáculos; atividades ligadas ao patrimônio cultural e ambiental; atividades de recreação e lazer; e produção e promoção de eventos esportivos. Foram geradas 28.059 vagas de empregos, com crescimento de 55,8% sobre o mesmo período de 2022 (18.066). Só no mês de novembro foram geradas 4.624 vagas, o maior índice registrado desde janeiro de 2020, quando se iniciou a série história do novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Governo Federal.
“Estes resultados refletem a importância de se manter as conquistas do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (PERSE), que permitiu uma rápida retomada do setor após o longo período de paralisação provocado pela pandemia. É fundamental que os avanços do programa sejam mantidos”, reforça o empresário Doreni Caramori Júnior, presidente da ABRAPE. Na semana passada, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou mudanças no PERSE que ameaçam a continuidade do programa. “Os números de empregos gerados mostram que o programa é eficiente e promove a geração de empregos”, destaca.
O presidente da ABRAPE aponta, mais uma vez, a incoerência da Medida Provisória 1202 que tenta restringir e acabar com os benefícios do PERSE. “Os números comprovam que o programa promove a geração de empregos, portanto, o Governo Federal deveria procurar outras alternativas para equilibrar as contas públicas que não estejam trazendo o mesmo resultado social como o PERSE”, ressalta.
Consumo
A estimativa de consumo no setor chegou a R$ 107.6 bilhões entre janeiro e novembro, resultado 12,7% superior ao mesmo período de 2022 (R$ 95.517,28). Em novembro, o índice foi de R$10,28 bilhões, o melhor mês desde que a série histórica deste indicador iniciou em 2019.