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ANPD faz balanço da Lei Geral de Proteção de Dados e aponta perspectivas regulatórias para 2024

Aprovada em 2018, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) foi tema de encontro promovido pela Amcham no dia 6 de dezembro. A diretora da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), Miriam Wimmer, fez um balanço dos cinco anos da aprovação da legislação brasileira e abordou a agenda regulatória para 2024.

Segundo ela, o foco inicial foi a promoção da cultura de proteção de dados para capacitar a população a compreender seus direitos. Nesse período, buscou-se estabelecer acordos de cooperação técnica com a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e organismos internacionais para ter um ambiente coeso. “Regulamentar o que fosse necessário para viabilizar que os agentes de tratamento pudessem cumprir com a LGPD, com base nessa ideia de promoção de melhores práticas e de responsabilidade do setor privado e público”, explica a diretora.

Miriam ressaltou a importância dessa opção da ANPD por uma abordagem responsiva para incentivar o bom comportamento. “A ideia era partir de uma visão mais estratégica da fiscalização. Primeiro o monitoramento, e depois diferentes medidas de atuação regulatória para promover a conformidade, expedindo orientações com prazo para corrigir. Somente ao final desses processos, partir para a etapa de sanções administrativas”, lembrou.

Agora, a ANPD ingressa numa nova fase em que a base fundamental dos regulamentos já estão estabelecidos. “É possível fazer uso do pacote completo da LGPD, inclusive com aplicação de multas e determinação de suspensões de práticas de tratamento de dados que sejam irregulares”, acrescentou.

Boas práticas

O encontro na Amcham também contou com a participação de executivas do setor privado. A Data Protection Officer (DPO) da Prudential do Brasil, Sabrina Calixto, destacou o processo para obtenção do certificado ISO 27701, que especifica quais são os requisitos e fornece diretrizes para o estabelecimento, implementação, manutenção e melhoria contínua de um sistema de Gestão de Privacidade da Informação (SGPI).

“Em 2021, conseguimos o ISO de segurança da informação buscando as melhores práticas de governança e amadurecimento no tema. No final de 2022, iniciamos uma jornada para alcançar essa certificação em gestão de privacidade que durou dez meses, que contou um assessment, uma auditoria interna e duas auditorias externas.”

“Um grande diferencial foi ter a alta liderança apoiando o projeto como prioridade estratégica. Foi essencial para o sucesso, porque trabalhamos com 14 áreas diferentes dentro da companhia, envolvendo mais de 70 pessoas”, explicou a encarregada dos dados da Prudential. “Obter a certificação traz vantagens como a transparência em seus processos, a cultura de melhoria contínua, além de gerar credibilidade com clientes, colaboradores, franqueados e parceiros de negócios.”

O  Mercado Livre elegeu o padrão da LGPD brasileira para nortear a atuação na área de proteção e privacidade de dados. “Embora fosse a legislação mais jovem, a gente entendeu que seria um padrão mais rígido, considerando os nossos vizinhos Uruguai e Argentina”, afirmou a DPO Brasil do Mercado Livre, Samantha Oliveira.

Samantha disse, ainda, que o Mercado Livre foi a primeira empresa da América Latina a publicar o relatório de transparência relacionado aos direitos ARCO: Acesso, Retificação, Cancelamento e Oposição. “Estamos na sexta edição. Foram mais de um milhão de pedidos atendidos em toda a América Latina.”

O Brasil responde por 507 mil desses pedidos de direitos de titulares. “Embora sejamos um país jovem na área de privacidade, a gente continua na liderança e tem um número bastante significativo. O Brasil sempre esteve nessa dianteira nos outros relatórios”, destacou a encarregada dos dados do Mercado Livre.

Com relação ao tempo para o atendimento dos direitos dos titulares, a executiva salientou que existe um desafio interno para atender as demandas num prazo menor do que os 15 dias previstos em lei. “Atualmente, 82% dos pedidos dentro da nossa plataforma são atendidos num curto período, praticamente de forma automática pelo titular”, garantiu.

Agenda regulatória

A diretora da ANPD também abordou a agenda regulatória, elaborada para um período de dois anos. “A primeira agenda teve dez itens, e vários foram transportados para a segunda porque foram iniciados, mas não foram concluídos. É o caso das transferências internacionais, os direitos do titular, relatório de impacto, o papel do encarregado”, informou.

Para o próximo biênio, Miriam disse que serão tratados assuntos como inteligência artificial, a questão do compartilhamento de dados no poder público e uso de dados biométricos, como o reconhecimento facial, por exemplo. “Muitos temas já estavam no campo de estudos ou eram demandas que a sociedade nos trouxe. São temas que a gente começa a enfrentar e que devem ser transportados para a próxima agenda regulatória, caso não sejam concluídos nesse período.”

Alguns temas estão em fase final, mas não existe uma meta de regulamentos aprovados. “Esse ano, a gente fez consulta pública sobre transferência internacional, sobre a norma do encarregado. Agora a questão do incidente de segurança. São temas que estão mais maduros e tendem a gerar um regulamento aprovado num prazo mais curto”, explicou.

A expectativa dela para o próximo biênio é dar andamento aos temas já inaugurados, e eventualmente contemplar novos com uma pegada mais setorial. “Até o momento, estamos tratando de temas mais transversais, que afetam múltiplos setores. Com o tempo, me parece natural que a gente comece a enfrentar temas mais voltados a setores específicos, inclusive setores regulados”, afirmou.

By Jordan Vall

É Jornalista, com uma maior atuação na cultura e entretenimento. Deu início a sua carreira na televisão na TV Unifor, como produtor, repórter e apresentador do principal jornal da emissora universitária. O profissional já foi produtor e comentarista de um quadro do Programa Matina, na TV União. No “Deu O Que Falar”, quadro semanal da emissora aberta, comentava sobre o mundo dos famosos, levava pautas relevantes para a sociedade, através das notícias das celebridades. Foi durante 2 anos, produtor, diretor e repórter na TV Otimista e atualmente é assessor de comunicação, CEO na Assertiva Comunicação e Colunista do Portal Conexão Magazine (Portal de Notícias no Rio de Janeiro). Como amante da moda, foi convidado para ser jurado da 6ª edição do Salão de Moda Ceará. Além de todas essas atuações, Jordan é CEO/Fundador e repórter no In Fluxo Portal, tratando de pautas culturais, cobertura de eventos e muito mais. O profissional também atua como modelo e influenciador digital. Instagram: @jordan_vall / contato comercial: jordanvall@influxoportal.com

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