A chegada do final do ano é um período marcado por expectativas significativas na vida dos jovens, especialmente daqueles que estão se preparando para as provas de vestibulares e finais escolares. O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2023 acontece nos dias 5 e 12 de novembro e conta com mais de 3,9 milhões de pessoas inscritas neste ano. Desse total, a maior parte dos participantes tem entre 17 e 18 anos de idade, 21,5% e 20,8%, respectivamente, segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
Na véspera dos principais vestibulares do país, são frequentes os casos de jovens ansiosos que, devido à sobrecarga de estudos ao longo do ano, sofrem com estresse e enfrentam problemas de saúde decorrentes do pré-vestibular. De acordo com o psicólogo do Nosso Lar Espaço Terapêutico, Danilo Montenegro, é natural que os jovens sintam a pressão de obter bons resultados, no entanto, quando essa pressão se torna excessiva, ela pode levar a problemas de saúde mental, como estresse, ansiedade e depressão.
“Um elevado nível de estresse e ansiedade pode prejudicar a saúde do estudante que se prepara para o vestibular durante toda a vida escolar, impactando negativamente seu desempenho nos exames. A tensão emocional excessiva pode desencadear transtornos como síndrome do pânico e até mesmo outras doenças físicas”, aponta.
Tanto a rotina de estudos como a pressão social e familiar desempenham papéis significativos na saúde dos jovens. Danilo pontua que a falta de sono é uma das principais preocupações. “Muitos estudantes renunciam a valiosas horas de sono em prol dos estudos, algo que pode afetar adversamente tanto seu desempenho cognitivo quanto sua saúde de forma geral. A associação entre estresse crônico e a privação de sono pode resultar em dificuldades de concentração, memória e tomada de decisões”, afirma.
Dormir bem antes das aulas ajuda para a aquisição do conhecimento, mas descansar depois do aprendizado é o que contribui para a consolidação do que foi estudado, destaca ainda o psicólogo. Além disso, o estresse também acarreta sintomas não só na mente, como no corpo, por exemplo, atingindo o sistema imunológico e tornando o corpo mais suscetível a infecções e doenças. “Isso ocorre porque o estresse crônico desencadeia uma série de respostas fisiológicas no organismo, incluindo a liberação de hormônios do estresse, como o cortisol, que podem prejudicar a função imunológica”.
Danilo Montenegro, psicólogo do Nosso Lar Espaço Terapêutico, cita algumas estratégias que podem ajudar a aliviar essa pressão pré-vestibular:
Estabelecer metas realistas: é importante definir metas que sejam alcançáveis. Nem todos os jovens precisam ser aprovados na primeira tentativa ou nas universidades mais concorridas, existem muitas instituições excelentes para atender às diversas necessidades e interesses.
Gerenciar o tempo: criar um cronograma equilibrado que inclua tempo para o estudo, mas também para atividades de lazer e descanso é fundamental.
Buscar apoio: conversar com amigos, familiares ou um profissional de saúde mental pode ser extremamente benéfico. Compartilhar preocupações e sentimentos pode ajudar a aliviar a pressão.
Praticar a auto-compaixão: jovens devem aprender a ser gentis consigo mesmos. Cometer erros e enfrentar desafios faz parte da jornada de crescimento.
Desenvolver habilidades de enfrentamento: aprender técnicas de gerenciamento de estresse, como a respiração profunda e a meditação, pode ser útil para lidar com momentos de alta pressão.
Praticar atividades físicas: reduz a tensão e ansiedade que antecedem as provas e melhora o condicionamento físico, liberando Endorfina.
“É fundamental reconhecer que a saúde mental dos jovens é uma parte essencial de seu bem-estar geral, e que a pressão pré-vestibular deve ser gerenciada de forma saudável. É fundamental que escolas, pais e a sociedade como um todo reconheçam a importância de apoiar a saúde mental dos jovens durante esse período crítico”, conclui.