O uso de Esteroides Anabolizantes com fins estéticos ou de melhora de performance na atividade física pode resultar em problemas graves como dependência química, lesões ao coração, infarto, AVC, impotência sexual, aumento da irritabilidade, agressividade, depressão, acne e doenças do fígado e dos rins, entre outros e alguns desses danos à saúde podem ser irreversíveis. Além disso, o usuário corre o risco de não mais conseguir produzir os seus hormônios naturalmente, o que pode ser devastador. Apesar das consequências sérias, o uso indiscriminado de hormônios para melhorar a aparência ou a performance tem se tornado bastante comum no Brasil.
Para combater essa disseminação preocupante, o Conselho Federal de Medicina (CFM) proibiu a prescrição médica de terapias hormonais “com finalidade estética, para ganho de massa muscular e/ou melhora do desempenho esportivo”. A resolução, publicada no Diário Oficial da União, impede que médicos receitem essas medicações para pessoas que não possuem nenhum problema de saúde e buscam anabolizantes apenas para aprimorar a aparência física ou o desempenho atlético. O descumprimento dessa norma pode acarretar denúncia e processo no CFM, podendo até levar à perda do registro profissional do médico infrator.
Essa decisão do CFM foi bem recebida pela maioria dos profissionais, uma vez que o uso indiscriminado de anabolizantes tem se alastrado não só no mercado ilegal, mas também nos consultórios médicos nos últimos anos. A prescrição indevida dá uma falsa sensação de segurança ao paciente, já que, na realidade, não existem níveis seguros para o uso de anabolizantes com fins estéticos e competitivos, como ressalta Moacir Bezerra, médico nutrólogo e especialista no assunto.
Além dos anabolizantes prescritos nos consultórios, há também uma grande quantidade de hormônios sendo utilizados sem acompanhamento médico, sendo adquiridos no mercado paralelo e tornando-se bastante populares entre frequentadores de academias. Em alguns casos, os usuários recorrem a produtos clandestinos ou destinados a uso veterinário, com dosagens muito maiores do que as recomendadas para o tratamento de doenças legítimas, conforme alerta o nutrólogo.
A popularização desses medicamentos está relacionada a uma cultura estética que valoriza corpos musculosos e exerce pressão especialmente entre frequentadores de academias, que buscam padrões estéticos cada vez mais extremos. No entanto, é importante lembrar que a associação de um corpo musculoso com saúde é uma premissa equivocada, pois a aparência muscular nem sempre reflete um estado de saúde ideal, conforme esclarece Moacir Bezerra.