Em julho de 2023, o Congresso Europeu de Medicina Reprodutiva divulgou a preliminar do compilado de todos os ciclos realizados no ano de 2019 no mundo. De acordo com a pesquisa, mais de 10 milhões de bebês nasceram desde 1978, ano que foi marcado pelo nascimento de Louise Brown, o primeiro bebê de proveta do mundo. Após esse milagroso feito, as chances de gerar uma vida aumentaram, e hoje já se atingiu a marca de que a cada 45 segundos um novo bebê de proveta nasce no mundo.
O estudo também destacou que, mesmo com o crescimento em todo o mundo da busca pelo tratamento, houve uma redução significativa do número de gêmeos nascidos pela FIV (fertilização in vitro). Isso significa que estamos transferindo cada vez menos embriões por vez. Houve, ainda, um crescimento do número de congelamentos de óvulos para preservação da fertilidade e, ainda, existe uma subnotificação desses números, podendo ser bem maiores, já que apenas de 90 a 95% dos países e clínicas reportam seus dados.
“Há 45 anos que as técnicas em reprodução assistida (RA) vêm evoluindo e se mostrando cada vez mais necessárias para casais que querem realizar o sonho de ter filhos. Com o passar dos anos, a qualidade dos óvulos e espermatozoides vai caindo e, com isso, a idade é um dos elementos determinantes para a infertilidade. Além disso, fatores sociais e econômicos levam os indivíduos a adiarem a decisão de engravidar”, explica o médico especialista em reprodução assistida, Marcelo Cavalcante.
Alternativas inovadoras
Neste cenário, os cuidados com a saúde são essenciais, já que fatores externos também interferem no sucesso da RA, como obesidade, fumo e infecções sexualmente transmissíveis. Porém, além disso, ter um planejamento de longo prazo, desde congelamentos de óvulos e sêmen até embriões, são alternativas possíveis a partir da evolução da medicina assistida.
O congelamento de gametas é uma das técnicas utilizadas para garantir a qualidade de óvulos e espermatozoides, bem como aumentar as chances de gravidez. O procedimento é indicado, preferencialmente, antes dos 35 anos e também pode ser indicado para pacientes em tratamento de câncer, já que os processos de quimioterapia e radioterapia afetam a fertilidade.
“A taxa de sucesso desses procedimentos pode chegar a mais de 50% atualmente. No entanto, para que esse número aumente, uma investigação prévia sobre o estilo de vida, acompanhamento com um médico especialista e exames complementares são necessários”, finaliza Cavalcante.