O reganho de peso após a cirurgia bariátrica é um dos principais temores dos pacientes que se submetem à cirurgia. Não à toa, no TikTok o assunto é viral – as hashtags #reganhodepeso e #reganhoposbariátrica já acumulam 20,8 milhões e 225,6 mil publicações, respectivamente. Apesar de altamente efetivo, o procedimento apresenta um índice significativo quando o assunto é reganho de peso tardio. Estima-se que um terço dos pacientes recuperam mais de 25% da perda de peso total, segundo o Dr. Fábio Miranda, pós-graduado em cirurgia geral, endoscopia digestiva e especialista em procedimentos de emagrecimento minimamente invasivos. Para o especialista, existem três principais pontos que podem levar um paciente ao reganho de peso após uma cirurgia bariátrica: os hábitos alimentares ruins, as escolhas inadequadas de tratamentos e a baixa autoestima.
“De acordo com estudos, o reganho de aproximadamente 15%, do que havia sido perdido, já é considerado capaz de afetar negativamente a qualidade de vida daquele paciente. Nesses casos, doenças relacionadas à obesidade, como diabetes, hipertensão, infertilidade, depressão, ansiedade e insônia, podem piorar o quadro. No geral, o problema de reganho de peso acontece após alguns meses da cirurgia, quando passa a euforia inicial e o paciente retoma os velhos hábitos. Vale lembrar ainda que a obesidade é uma doença crônica e progressiva, então é necessário que o paciente tenha acompanhamento de uma equipe multidisciplinar”, orienta o Dr. Fábio Miranda.
Aos pacientes que se submeteram à cirurgia bariátrica Bypass ou Sleeve – o objetivo de ambos é a redução do estômago, a diferença está na execução, além de que no Bypass também é feita a manipulação do intestino, enquanto no Sleeve o órgão é preservado – e sofreram com o reganho de peso, Miranda explica que os procedimentos menos invasivos se apresentam como uma ótima alternativa. Eles auxiliam nessa reeducação e reparação de uma maneira mais simples e tecnológica. “Os procedimentos endoscópicos promovem uma remodelação da cirurgia já realizada e proporcionam ao paciente um recomeço, sem precisar passar por um protocolo invasivo novamente”, ressalta o especialista.
Entre as alternativas de procedimentos menos invasivos, destacam-se a Endossutura e o Plasma de Argônio. “No primeiro, é possível remodelar o estômago já operado, por bariátrica Bypass ou Sleeve, através de uma máquina chamada Apollo SX, junto ao endoscópio. São feitos pontos de sutura que permitem uma nova diminuição do órgão. Já o Plasma de Argônio, é uma técnica recomendada apenas para aqueles que anteriormente optaram pelo Bypass. O Plasma é um gás aplicado também através de endoscopia, que é capaz de estreitar a anastomose – canal por onde os alimentos passam e faz com que o paciente fique saciado com mais facilidade”, esclarece o médico.