No dia 1º de julho, o Brasil celebrará o Dia da Vacina BCG, imunizante responsável por diminuir a tuberculose e a mortalidade infantil causada pela doença. Em meio a tempos de baixa cobertura vacinal no país, a vacina ainda é o melhor caminho para evitar as mais variadas doenças graves, como afirmam especialistas.
A BCG foi criada em 1921 pelos cientistas Léon Calmette e Alphonse Guérin, na França. No Brasil, é aplicada ainda nos primeiros dias de vida do bebê e protege contra o desenvolvimento de doenças graves, como a tuberculose, principalmente durante os primeiros anos de vida da criança.
De acordo com a professora Josiani Nunes, coordenadora do curso de Enfermagem da Wyden, a vacinação é uma das medidas mais importantes de prevenção contra doenças. Segundo a docente, é muito melhor e mais fácil prevenir uma doença do que tratá-la, e isso só se alcança por meio das vacinas. “Elas protegem o corpo humano contra os vírus e bactérias que provocam vários tipos de doenças graves, que podem afetar seriamente a saúde das pessoas e inclusive levá-las à morte. Formulada a partir de uma bactéria que causa a tuberculose bovina, ela começou a ser usada no Brasil ainda na década de 1920, porém só passou a ser administrada pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) nos estados brasileiros a partir de 1977. O nome BCG é uma sigla para Bacilo de Calmette e Guérin (nome em referência aos cientistas)”, informou a professora.
A vacina BCG é geralmente reconhecida no braço do indivíduo, afinal, cria-se uma cicatriz na região da aplicação. “A vacinação é de dose única e é aplicada por injeção. Na maioria das vezes, surge uma reação no local da aplicação. Em geral, forma-se uma cicatriz a partir da terceira semana. A reação é esperada, mas se ela não ocorrer, não há motivo para pânico. A ausência da cicatriz não indica falta de proteção e a criança não deve ser revacinada”, declarou a professora, reforçando que a imunização pode ocorrer logo após o nascimento e até os 5 anos do indivíduo.
Eficácia
Segundo Josiani Nunes, a vacinação da BCG é evidente em seus benefícios, mas seu efeito protetor depende da vacinação em massa. “A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que, pelo menos, 90% da população infantil seja vacinada com esse imunizante”, diz a especialista.
Dados do Programa Nacional de Imunizações (PNI) divulgados em dezembro do ano passado indicaram que o Brasil não havia atingido a meta de cobertura vacinal para a maioria dos imunizantes do calendário básico infantil em 2022. Conforme a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), apenas a BCG alcançou a meta de vacinar 90% dos bebês menores de 1 ano em âmbito nacional, embora as regiões Sul e Sudeste não tenham atingido a meta.
No Brasil, a BCG é gratuita, oferecida pelo Ministério da Saúde por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). A BCG apresenta uma eficácia elevada, principalmente contra a forma disseminada da tuberculose, com cerca de 78% de proteção.