Um surto de síndrome de mão-pé-boca tem acometido crianças em Fortaleza. Segundo dados da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), de janeiro a maio de 2023, foram realizados 214 atendimentos nos postos de saúde da capital. Conhecida por gerar lesões nas mãos, pés e boca, segundo Paulo Carvalho, coordenador do curso de Odontologia do Centro Universitário Fametro (Unifametro), pelo fato de muitas vezes as lesões surgirem inicialmente na boca, o cirurgião-dentista torna-se um dos um dos responsáveis pelo diagnóstico. O profissional dá dicas de como se prevenir.
De acordo com Paulo, a doença é causada pelo vírus Coxsackie, da família dos “enterovirus”, que habitam normalmente o sistema digestivo e podem provocar estomatites: lesões orais que iniciam como manchas vermelhas com vesículas que evoluem para úlceras muito dolorosas, e podem atingir a boca, pele ao redor da boca, amígdalas e faringe.
Embora possa acometer também os adultos, ela é mais comum na infância, antes dos cinco anos de idade, faixa etária que frequenta creches e escolas as quais se tornam um fácil meio de contágio. Os principais sintomas são febre alta nos dias que antecedem o surgimento das lesões, erupção de pequenas bolhas em geral nas palmas das mãos e nas plantas dos pés, mas que pode ocorrer também nas nádegas e na região genital. Falta de apetite, vômitos e diarreia também são comuns.
“A contaminação pode ocorrer de maneira direta pelo contato com a saliva e fezes ou indireta, por meio de alimentos ou objetos contaminados. Por isso, a melhor forma de prevenir a doença é reforçar as medidas de higiene, lavar bem as mãos e os alimentos que serão consumidos. Além disso, é recomendado o afastamento da escola ou do trabalho em caso de infecção, até o desaparecimento dos sintomas, que ocorrem geralmente entre 5 a 7 dias”, explica o especialista.
De acordo com Paulo, uma vez diagnosticado, o ideal é que o paciente permaneça em repouso, tome bastante líquido e alimente-se bem, apesar da dor de garganta. “Considerando que a doença mão-pé-boca é uma virose, seu tratamento é sintomático, através de antitérmicos em situações de febre, analgésicos para o desconforto da dor, hidratação e repouso na tentativa de encurtar o processo infeccioso”, detalha.