O Brasil deu adeus à uma das artistas mais influentes do país. Cantora, compositora, multi-instrumentista, destemida e aguerrida. Aos 75 anos, depois de lutar dois anos contra um câncer, Rita Lee nos deixa.
Uma das figuras mais revolucionárias e questionadoras que conhecemos e uma
das mulheres mais influentes do país, reconhecida e admirada por gerações de artistas por seu pioneirismo empunhando uma guitarra nos palcos, pela irreverência que a levou à televisão, as opiniões fortes e a defesa da liberdade e dos animais.
Com humor ácido, personalidade única e visual futurista, Rita Lee ajudou a incorporar a revolução do rock à explosão criativa do tropicalismo, formou a banda brasileira de rock mais cultuada no mundo, os Mutantes, em 1966.
“Eu era a única menina roqueira no meio de clube só de bolinhas, cujo mantra era: para fazer rock tem que ter culhão. Eu fui lá com meu útero e meus ovários – e me senti uma igual, gostassem eles ou não”.
Durante quase seis décadas de carreira, Rita Lee foi referência de criatividade e independência feminina. “Nunca pensei que o que eu fiz durante 60 anos fosse o que se chama feminismo. Eu ligava o botão do f@da-se e entrava decidida no mundinho considerado masculino”.
“Essas coisas de feminismo e tudo, eu nunca tive teoria da coisa. Eu fui mais de ação. ‘Ah.. mulher não pode usar calça comprida’. Eu ia lá e usava”.
“Se for pra reencarnar novamente aqui na Terra, vou querer ser mulher”. Eterna inspiração de liberdade e independência feminina.
Em sua autobiografia, Rita Lee escrever, na última página: A sorte de ter sido eu, de ter sido quem eu sou, de estar onde estou, não é nada , se comparada ao meu maior ‘Gol’. Sim, acho que fiz um monte de gente feliz.
Ah, Rita! Você fez muita gente feliz. E vai fazer uma falta danada.