O uso de substâncias psicoativas se tornou um grave problema da sociedade e da saúde pública, devido à sua enorme capacidade viciante, as drogas estão muito associadas a agressividade, compulsão, criminalidade e diversas condições psiquiátricas.
Uma das drogas ilícitas mais usadas do mundo é a cocaína, ela é extraída das folhas de um arbusto e, há algum tempo era utilizada como estimulante em tônicos e algumas bebidas, hoje são um grande desafio para o poder público.
Mas como essa substância outrora considerada uma substância meramente estimulante afeta o funcionamento do nosso cérebro? É isso que o Pós PhD em neurociências e membro da Society for Neuroscience nos Estados Unidos, Dr. Fabiano de Abreu Agrela em parceria com o médico psiquiatra, Dr. Francis Moreira da Silveira, se propõe a responder no artigo “A neurotoxicidade no transtorno por uso de substância psicoativa derivados de cocaína”, publicado pela Revista Científica Saúde e Tecnologia.
Efeitos do uso de cocaína no cérebro
O uso de substâncias psicoativas, como a cocaína e o crack – derivado da cocaína que permite que seja fumado são altamente viciantes e estimulantes devido à sua capacidade de estimular o Sistema Nervoso Central. Seus efeitos no organismo se iniciam cerca de 30 a 60 minutos após o uso e geram sensações de autoconfiança e gratificação, uma sensação de êxtase onde a autoestima está elevada, no entanto, com o declínio dos seus efeitos, todas essas sensações somem e dão lugar a um estado de ansiedade.
“A cocaína produz seus efeitos psicoativos e viciantes, principalmente, agindo sobre o sistema de recompensa do cérebro […] Um efeito inicial de curto prazo devido a um acúmulo de dopamina neuroquímica dá origem à euforia e um desejo de tomar a droga novamente […] A desregulação das vias de recompensa do cérebro está associada a um agravamento drástico de comportamentos de procura de droga e consumo”. Afirma o estudo.
O uso de cocaína é um sistema cíclico que se retroalimenta e causa dependência rapidamente devido aos seus efeitos no sistema de recompensa do cérebro em contrabalanço com a ansiedade, essa “dança das cadeiras” faz com que surja a necessidade de usar a substância constantemente.